Em Santa Catarina, indígenas Kaingang demandam há vários anos o direito de ter uma Casa de Passagem para permanecer durante a temporada de verão, onde ficam para vender seus artesanatos.
A prefeitura de Florianópolis, responsável pela Casa de Passagem, ainda não construída, cedeu um terminal de ônibus desativado para os indígenas se alojarem.
Porém, as condições da Casa de Passagem temporária são deploráveis, segundo o povo Kaingang. Eles ressaltam que além de faltar água e luz, tudo o que é construído com a ajuda dos movimentos populares da região, é destruído pela própria prefeitura.
No verão, os indígenas, em especial o Povo Kaingang, migram para a região litorânea de Santa Catarina para vender artesanatos que, além de ser uma fonte de renda, propagam a cultura indígena.
Fora da aldeia os indígenas precisam se alojar por um período de três a quatro meses em algum espaço adequado para descansar, comer, tomar banho e produzir mais peças artesanais.
Elisa Jorge, integrante do Movimento Nacional de Luta por Moradia que há 7 anos acompanha a luta do povo Kaingang comenta que a prefeitura de Florianópolis cedeu o espaço do Terminal de Integração do Saco dos Limões, conhecido como TISAC, desativado desde 2005.
Elisa explica que a luta por um local que seja só para os índios, conhecido como Casa de Passagem, tem mais de 10 anos. Durante muito tempo os índios se alojaram em abrigos, comunidades de baixa renda ou até mesmo embaixo de viadutos.
Segundo Elisa, é responsabilidade da prefeitura manter o local em perfeitas condições de uso enquanto a Casa de Passagem fixa não for construída.
O Terminal de Integração do Saco dos Limões, desativado desde 2005 é inadequado para abrigar crianças e adultos. Segundo Adriano Bilibio, do povo Kaingang, as laterais do terminal são abertas, as pessoas que dormem em barracas não estão protegidas dos ventos fortes e da chuva. Adriano Kaingang denuncia também que não há banheiros, água nem luz nas instalações.
Sadraque Kaingang, presidente da Coordenação da Casa de Passagem de Florianópolis, afirma que a solução momentânea para que não haja mais prejuízos é manter uma rotatividade de indígenas durante todo o ano na Casa de Passagem provisória. E, enquanto nada é resolvido, a única opção é seguir lutando por melhores condições de moradia de passagem.
Confira a reportagem de Larissa Bohrer da RBA, e todos os destaques do dia no áudio acima.
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Edição: Mauro Ramos
