O dia 20 de janeiro é marcado pelo Dia Nacional da Parteira, ofício que atravessou gerações e hoje encontra novas configurações e desafios.
A data é relativamente recente no calendário nacional, foi incorporada em 2015, por meio de um projeto de lei na câmara dos deputados, mas a data já existia no estado do Amapá.
O dia foi escolhido porque 20 de janeiro é o aniversário da parteira tradicional mais antiga da capital do estado, Macapá. A aniversariante é Juliana Magave de Souza, ela nasceu em 1908 e teria realizado mais de 400 partos.
Apesar da importância, infelizmente essas profissionais são pouco reconhecidas no Brasil, principalmente no meio urbano. Atualmente o ofício ainda está presente no interior do país, com partos realizados exclusivamente por parteiras tradicionais, principalmente na região amazônica, onde esse conhecimento nasceu, a partir de saberes indígenas e quilombolas.
A reportagem foi ouvir os desafios que essas mulheres enfrentam hoje. Preconceito, ameaças, esquecimento são algumas palavras que a repórter Marina Duarte de Souza ouviu delas. Inclusive, por parte de médicos que não aceitam que as parteiras tradicionais sejam consideradas profissionais, e realizem partos, em cidades onde há hospitais.
Além disso, as parteiras denunciam que existe uma exclusão por parte do governo. Mesmo existindo a Política Nacional de Parteiras Tradicionais, o documento raramente é seguido e está longe de ser uma realidade, denunciam as trabalhadoras.
Lama e descaso
O crime de mariana, que em novembro do ano passado completou 5 anos, ainda repercute na vida das 700 mil vítimas que foram impactadas de alguma forma pela lama.
Desse total, apenas 33 mil pessoas recebem algum tipo de indenização pelas empresas responsáveis pelo crime, a Vale, Samarco e BHP, que criaram a Fundação Renova, com objetivo de reparar os danos causados às famílias e ao meio ambiente.
Porém, nesses cinco anos, é difícil encontrar alguém que se sinta devidamente indenizado por todo impacto. São milhares de trabalhadores informais, que tiravam seu sustento do Rio Doce, e, desde então, não podem mais trabalhar pela contaminação da água.
E mesmo com toda sujeira pra limpar, a Samarco já está operando novamente em Mariana. Desde novembro a empresa já está atuando no local, preparando o terreno para iniciar as atividades.
Para entender melhor como vai funcionar essa volta e os impactos para a população, nosso repórter Erick Gimenes conversou com Martha de Freitas, membra da coordenação nacional do Movimento Popular pela Soberania na Mineração (MAM).
“A gente não tem nenhuma segurança de que outro crime não vai ocorrer, então o medo continua, o terror continua. A gente fala muito aqui do terrorismo de barragem”
Pandemia
A situação de Manaus, que ainda não estabilizou os estoques de oxigênio para atender os pacientes de coronavírus, ainda segue delicada. Especialistas apontam que a situação do Estado pode se repetir em outras regiões do país. O Brasil de Fato conversou com o professor de física da Unicamp, Leandro Tesler, que explicou o problema de logística que existe nas atuais gestões, quando se trata de insumos como esse, que requer transporte especial e maior capacidade de produção. "A melhor saída para isso era ter implementado regras de isolamento, não permitir que tantas pessoas ficassem doente ao mesmo tempo, mas o governo se negou a fazer isso."
Diante de uma postura negacionista de parte da população brasileira, incentivadas pelas ações do governo Bolsonaro, mais de 200 entidades lançaram a campanha Abrace a Vacina, com o objetivo de combater as fake news relacionadas a vacina e incentivar a imunização. As notícias falsas, relacionadas ao coronavírus é crescente no país. Por isso, o conteúdo da campanha será criado por equipe técnica e especializada para garantir a qualidade das informações divulgadas.
Ainda sobre as vacinas, o programa atualiza a situação de Cuba, que está desenvolvendo quatro imunizantes para covid-19: Sobera 01, Sobera 02, Mambisa e Abdala. Todos possuem tecnologias diferentes e estudos independentes.
Nesta semana, a Sobera 02 iniciou uma nova etapa. Agora, 900 voluntários vão receber essa vacina. A correspondente do Brasil de Fato na Venezuela, Michele de Mello deu detalhes das ações do governo Maduro.
Fome de quê?
Diante de tanta coisa acontecendo no país esta difícil manter uma alimentação saudável, mas pequenos gestos do dia a dia como comer uma fruta, pode ajudar nesse cuidado. E aproveitando a época de calor, o Bem Viver trouxe uma fruta com sabor muito marcante é riquíssima em diversos nutrientes, entre eles, vitamina c. É a seriguela.
A nossa repórter Michele Carvalho conversou com uma nutricionista pra dar dicas de como utilizar esse alimento, que está mais barato nas feiras nessa temporada, não só pra comer puro, mas usar em receitas.
Sintonize
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Edição: Camila Salmazio