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Ou Bolsonaro ou a vida

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Pois bem, que sejam 12 milhões de doses. Este número mal dá pra começar um programa nacional de imunização - Governo do Estado de São Paulo/Flickr
Muitas foram as pessoas que morreram asfixiadas, morreram sem ar

Estes últimos dias, tem sido, para a nação brasileira, sobretudo para nós que vivemos no Amazonas, em Manaus, os piores dias das nossas vidas.

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Às vezes paro e penso e imagino que é apenas um sonho, imagino que é apenas um filme e que não é essa a nossa realidade. 

Manaus, desde a quinta-feira (14) da semana passada, mas alguns dias já antes, vive uma situação de angústia absoluta. Na primeira onda o Brasil e o mundo lembram que Manaus foi a primeira cidade que teve o sistema de saúde colapsado. Agora além de estarmos vivendo a segunda onda da covid-19, uma série de fatores e elementos agravam significativamente a nossa situação em relação ao que foi a primeira onda. 

Em primeiro lugar os governantes, o presidente da República, o governo do estado, a prefeitura de Manaus, não prepararam o sistema público de saúde para receber e tratar dignamente aqueles que se infectavam com a covid-19. 

Chegamos ao ponto de faltar oxigênio em muitas unidades de saúde, simultaneamente. Muitas foram as pessoas que morreram asfixiadas, morreram sem ar. Mas para além do oxigênio, falta tudo nas unidades de saúde, sobretudo vagas.

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E eu repito aqui o que disse no artigo anterior: o governador do estado e o presidente da república sabiam e foram alertados pelas autoridades sanitárias e pelos infectologistas que isso aconteceria em Manaus. E quais as providências que esses governantes tomaram? Nenhuma!

Ver os depoimentos das famílias, ver os depoimentos dos profissionais de saúde, não é algo que dói no coração, é algo que dilacera o coração de qualquer ser humano. E o pior de tudo é que nós sabemos o quanto Bolsonaro tramou contra a saúde do povo e continua a tramar.

Esta semana assistimos no último domingo (17), a primeira brasileira a se vacinar no estado de São Paulo, Mônica. Com aquela vacina que Bolsonaro garantiu que não chegaria ao Brasil. Que fez de tudo para barrar a importação, seja das vacinas pontas ou dos insumos. 

Mas graças à pressão popular Bolsonaro se viu obrigado a permitir a importação, tanto da vacina quanto dos insumos. E são essas doses que nós dispomos. Foram 6 milhões de doses espalhadas pelo Brasil, mais 4 milhões de doses da Sinovac que estão para ser liberadas pela Anvisa, o que somam 10 milhões de doses. 

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Dois milhões de vacinas prometidas e até agora não chegadas ao Brasil, porque o Brasil não é a prioridade da Índia. Assim como temos muitas dificuldades com a China causada exatamente pela postura do presidente e de seus filhos. 

Pois bem, que sejam 12 milhões de doses. Este número mal dá pra começar um programa nacional de imunização. 

Então, o que nós precisamos fazer é tomar em nossas mãos. Exigir do Congresso Nacional, como fizeram os partidos políticos, que o Congresso Nacional tome posição, tome providências, pois não podemos esperar e nem ficar nas mãos do ministro da Saúde, um general, e do presidente da República, um capitão. Eles já deram provas suficientes de que não têm nenhum respeito com a vida humana. 

Portanto a pressão deve seguir, juntamente com a solidariedade, porque o que tem salvado vidas no meu Amazonas, é a solidariedade de brasileiras e brasileiros simples, artistas. Solidariedade que vêm da Venezuela inclusive. Sigamos, na luta pela vida, em uma ampla Frente contra Jair Bolsonaro. 

Edição: Rogério Jordão