O número de divórcios realizados em cartórios no Brasil foi o maior da história no segundo semestre de 2020, quando foram contabilizados 43,8 mil processos. Segundo um levantamento do Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), o aumento foi de 15% em relação ao mesmo período de 2019. A média histórica dessa variação anual é de 2%.
Na avaliação do CNB, o aumento nas separações oficializadas em cartório pode ser reflexo do maior período de convivência no ambiente doméstico por causa do isolamento social. Mas a mudança também sofre influência da facilitação dos processos, que agora podem ser feitos pela internet. Outubro do ano passado foi o mês com maior número de divórcios desde 2007 — foram mais de 7,6 mil separações naquele mês.
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Percentual por estado
A alta mais expressiva foi observada em 22 estados e no Distrito Federal. Em 16% das unidades da federação, os números atingiram recorde. Na lista estão Acre, Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.
Com 54% de aumento, Rondônia registrou avanço mais significativo. O vizinho Acre teve 50% de alta. Na sequência aparecem Mato Grosso do Sul (49%); Pernambuco (34%); Espírito Santo (30%); Distrito Federal (26%); Roraima (26%); Rio Grande do Norte (26%); Alagoas (21%); Sergipe (21%); São Paulo (18%); Goiás (19%); Maranhão (19%); Paraíba (19%); Amazonas (17%); Mato Grosso (15%); Ceará (14%); Pará (14%); Paraná (13%), Minas Gerais (11%); Santa Catarina (9%); Rio de Janeiro (8%) e Rio Grande do Sul (7%).
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Serviço online
Segundo a presidente do CNB/CF, Giselle Oliveira de Barros, o acesso ao serviço online evitou que "situações de má convivência permanecessem sem serem solucionadas”. Ela ressalta que foi possível buscar a solução de problemas pessoais e patrimoniais sem o risco das aglomerações e com manutenção do isolamento social.
“Este ano atípico de 2020 provocou muitas mudanças, tanto na convivência entre as pessoas, como também na prestação de serviços aos cidadãos", explica Giselle.
Edição: Camila Maciel