Celebração

Vida e luta: programa Bem Viver detalha o aniversário de 37 anos do MST

O Movimento é referência de militância em diversas bandeiras políticas pela transformação social do Brasil

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A data é uma referência ao Encontro Nacional de Agricultores que aconteceu há 37 anos em Cascavel (PR)
A data é uma referência ao Encontro Nacional de Agricultores que aconteceu há 37 anos em Cascavel (PR) - José Eduardo Bernardes/BdF
O MST é fruto e herdeiro de todas as lutas de resistência popular e pelo direito à terra no país

O programa Bem Viver desta sexta-feira (22) celebra o aniversário de 37 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A data marca o Encontro Nacional de Agricultores, que aconteceu em Cascavel (PR) no ano de 1984.

"O MST é fruto e herdeiro de todas as lutas de resistência popular e pelo direito à terra no país", afirma Maria de Jesus dos Santos Gomes, dirigente do MST do Ceará, entrevistada durante a edição. 

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Lideranças do MST deixam sempre nítido que a luta por terra no nosso território existe desde a chegada dos colonizadores portugueses. Portanto, algumas das inspirações históricas do Movimento são os povos indígenas e quilombolas, a comunidade de Canudos e as ligas camponesas.  

Para além da luta pelo direito à terra, o MST é uma referência em outras bandeiras políticas, como feminismo e direitos pela educação e alimentação saudável.   

“A nossa grande tarefa é produzir alimentos saudáveis, tanto para o abastecimento das nossas famílias quanto para a sociedade brasileira. Então a opção pela produção saudável tende a crescer no Brasil e a única classe que pode oferecer é a camponesa”, afirmou Maria de Jesus Gomes, ao ratificar que a reforma agrária como proposta de combate à fome. 

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Nessas quase 4 décadas, o Movimento organizou o acesso à terra a pelo menos 500 mil famílias e se tornou o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. 

Agroecologia

A entrevistada Maria de Jesus Gomes destacou a importância da agroecologia nesses 37 anos do MST. Além disso, o Bem Viver apresentou a experiência do Projeto Plantio Agroecológico Solidário (PAS), realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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A iniciativa foi criada durante a pandemia do novo coronavírus, aproveitando as áreas cultiváveis da UFSC. O destino da produção é a doação para famílias em situação de vulnerabilidade social e econômica na Grande Florianópolis.     

"O [projeto] Plantio Agroecológico Solidário surge como uma resposta de que as universidades podem ter um diálogo com a sociedade civil, que as pessoas estão interessadas na agroecologia, e que a agroecologia é uma resposta à pandemia e que em todos os espaços é possível produzir alimentos", afirma o vereador Marquito (PSOL), que faz parte do PAS.  

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O projeeto envolve cerca de 200 pessoas e estima o compartilhamento de mais de 2 toneladas de alimentos in natura ou pré-processado. 

Covid-19 

Além da atualização sobre os casos do coronavírus no Brasil, o programa permanece acompanhando a situação de colapso em Manaus (AM). Um acordo do Fórum das Centrais Sindicais com o governo da Venezuela selou o fornecimento semanal de 80 mil m³ de oxigênio à capital amazonense.

“As centrais vão mobilizar todos os seus entes — estaduais, sindicatos, federações, confederações — e também a IndustriAll Brasil neste trabalho urgente para garantir o envio de caminhões à Venezuela para a retirada do oxigênio que será levado e distribuído em Manaus. É uma troca baseada na cooperação, e isso se chama solidariedade de classe”, afirmaram as entidades do Fórum em nota publicada nesta quarta (20).

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Outra pauta do programa é sobre as propostas de vacinação e permanência dos protocolos sanitários contra a covid-19 no país. Conforme explica Alexandre Naime, chefe do Departamento de Infectologia da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, mesmo aqueles que já receberam a vacina podem se infectar e transmitir o novo coronavírus para outras pessoas. 

“A infecção é diferente da doença. Infecção significa entrar em contato com o vírus, ele conseguir se abrigar no seu organismo, mas não levar à doença”, que é a manifestação clínica, afirma Naime. “As vacinas não conseguem acabar com a transmissão. O objetivo das vacinas nesse momento é salvar vidas, evitar casos graves”.


Produção da Rádio Brasil de Fato vai ao ar de segunda a sexta-feira / Brasil de Fato / Bem Viver


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Edição: Daniel Lamir