Deputados da oposição querem informações mais detalhadas a respeito dos gastos do governo Bolsonaro referentes à compra de alimentos e bebidas destinados a órgãos federais.
Na segunda-feira (25), o site Metrópoles divulgou que o governo federal o gasto nessa área foi de R$ 1,8 bilhão em 2020.
Na terça-feira, o PSOL protocolou uma ação pedindo que o procurador-geral da República, Augusto Aras, investigue o caso.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), afirmou que o partido também vai solicitar informações adicionais, como o preço pago em cada unidade, o fornecedor dos produtos, para qual órgão do governo cada item se destina e se há justificativa pública na compra desses alimentos.
Com esses dados, o parlamentar afirmou que o partido pode entrar com ações mais objetivas, como a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar possíveis irregularidades.
O professor do Instituto de Economia da Unicamp, Guilherme Santos de Mello, no entanto, ressalta que é normal que o governo tenha gastos com alimentação para abastecer ministérios, hospitais, universidades federais e outros órgãos vinculados a ele.
O que precisa ser explicado pelo governo, segundo o especialista, é o aumento de 20% nos custos com alimentação e a escolha questionável de alguns items da lista de compras.
Ainda segundo o economista, é preciso investigar também para onde estão indo esses itens e quem fez a solicitação de determinados alimentos. Para ele, isso poderá revelar se há algum tipo de fraude no valor total pago.
Confira também no jornal, a análise do diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, que considera que a pobreza no país deve crescer rapidamente, diante do fim oficial do calendário do auxílio emergencial nesta quarta-feira (27).
O auxílio emergencial, demandado pelos movimentos sociais, teve papel fundamental para o sustento dos trabalhadores que tiveram renda exaurida na pandemia de covid-19. Segundo Fausto, o programa deu uma garantia mínima de condições de subsistência para parte da população.
O diretor técnico do Dieese diz, em entrevista à Rádio Brasil Atual, que o ministro de Economia Paulo Guedes e sua equipe técnica têm uma “visão limitada” sobre o papel social do auxílio. “Eles olham como gasto, sem entender seu papel na economia. O Brasil não teve uma queda econômica maior, porque o auxílio garantiu o fluxo de renda”, diz o especialista. “Como consequência, a maioria da população que recebeu o auxílio só tinha ele como renda, o que aumenta a pobreza rapidamente. Ao mesmo tempo, o país não conteve a pandemia, e as dificuldades econômicas se mantiveram”, acrescentou.
Confira todas as reportagens e destaques do dia no áudio acima.
*Com informações da Rede Brasil Atual e Danilo Reenlsober.
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Edição: Mauro Ramos