Um grupo de atingidos pelo rompimento da Barragem do Fundão interditaram, na manhã desta quinta-feira (28), as obras realizadas por empreiteiras da Fundação Renova no parque de exposições de Barra Longa, cidade de Minas Gerais. Ocorrido em 2015 em Mariana (MG), o rompimento da barragem atingiu a sede da cidade de Barra Longa.
Os atingidos em Barra Longa reivindicam retorno do auxílio financeiro emergencial em seu valor integral, pago pelas empresas responsáveis pela barragem — Samarco, Vale e BHP Billiton. O auxílio destinado aos atingidos pelo crime de Mariana foi restabelecido em 2020, por conta dos impactos da pandemia de coronavírus, porém em valor inferior.
O grupo reivindica, também, reforma urgente de suas casas, já que muitas foram trincadas e tiveram estrutura comprometida por conta das obras. Os atingidos pedem, também, participação nas decisões sobre os danos causados pelo rompimento da barragem.
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“O auxílio financeiro emergencial é uma forma de mitigar os danos econômicos em relação às demandas urgentes da vida do povo, como alimentação e água. Mas é preciso muito mais, é preciso pensar, em conjunto com os atingidos, em formas de reestruturar a economia nos territórios comprometidos pelo rompimento da barragem, e isso não foi feito. E, se isso não foi feito, não se pode pensar em cortar o auxílio”, defende Lina Anchieta, coordenadora regional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que participou da manifestação.
Impacto em Barra Longa
Barra Longa foi o único município em que a lama da Barragem do Fundão atingiu a sede da cidade, tomando ruas, a praça central e seu casarão histórico.
Em função da lama que atingiu a cidade, os moradores convivem com metais pesados e casas com rachaduras nas paredes. Além dos impactos sociais, psicológicos e econômicos.
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Fonte: BdF Minas Gerais
Edição: Elis Almeida e Camila Maciel