Antecedendo as eleições para a presidência do Senado e da Câmara dos Deputados, o Brasil de Fato realizou uma live com cientistas políticos para analisar o cenário pré-votação.
Para Rafael Cortez, doutor em Ciências Políticas pela Universidade de São Paulo (USP), a eleição ocorre em um clima de “tensão política” e o “equilíbrio político para os próximos dois anos” está em jogo.
“Quando olhamos a dinâmica dessa eleição, ela aparece apontar para uma decisão de Bolsonaro de enfrentar a atual conjuntura política não mais como um governo minoritário, não mais apoiado num discurso contra a política tradicional, mas tentando operar o que chamamos de presidencialismo de coalizão", aponta.
Ainda segundo Cortez, o interesse de Jair Bolsonaro (sem partido) no pleito destoa de sua postura de enfrentamento ao Congresso nos dois primeiros anos de mandato.
“Precisamos entender o que está por trás dessa busca de apoio legislativo. Pode ser uma busca por apoio para uma agenda econômica ou evitar a consolidação de Comissões Parlamentares de Inquérito [CPIs]. Essa particularidade que eu acho que é importante”, afirmou o cientista político, que não vê irregularidade no repasse de emendas para os parlamentares durante o período eleitoral.
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“Me parece que a excepcionalidade não é tanto na liberação orçamentária. Nesse sentido, faz parte de um realismo político e diversos presidentes utilizaram esse recurso”, aponta Cortez.
Ainda na live, Marcos Verlaine, assessor político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), falou sobre a ausência de uma candidatura única da esquerda.
“Uma candidatura de esquerda seria apenas simbólica, não desempenharia um bom papel. Vivemos um período de anormalidade democrática, é importante lembrar que o presidente Bolsonaro ameaça constantemente, as instituições", disse.
Confira a íntegra da live:
Edição: Leandro Melito