A Prefeitura de São Paulo contratou uma empresa para instalar pedras embaixo de um viaduto na região do Tatuapé, zona leste da cidade. A obra, que estava finalizada desde a última quinta-feira (28) com o objetivo de impedir que pessoas em situação de rua se alojassem no local, foi duramente criticada.
Após a repercussão, as pedras fixas ao chão por uma espessa camada de cimento foram retiradas por funcionários da prefeitura.
Em vídeo publicado nas redes sociais do padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo, ele aparece marretando as pedras. Segundo o Padre Lancellotti, as pedras espalhadas por todo o viaduto lhe remetem à imagem do campo de concentração de Auschwitz.
O coordenador do Movimento Nacional da População de Rua, Anderson Lopes Miranda, lembra que desde o ano passado as ações de despejo na cidade aumentaram, crescendo também o número de pessoas em situação de rua.
Kelseny Medeiros, pesquisadora do Laboratório de Justiça Territorial da Universidade Federal do ABC, avalia que neste caso medidas podem ser tomadas contra a prefeitura. Segundo a pesquisadora, que também coordena a Clínica de Direitos Humanos Luiz Gama, da Universidade de São Paulo, cabe ao Ministério Público do Estado pedir esclarecimentos ao responsável administrativo e à Defensoria Pública compete pedir indenização coletiva pela atitude da prefeitura.
Confira todas as informações no áudio acima.
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Edição: Mauro Ramos
