O Brasil é o segundo país mais afetado pela covid-19 no mundo e foi apontado por estudo australiano como país com pior gestão da pandemia. Enquanto isso, outras nações conseguiram bons resultados com número mínimo de vítimas e controlaram a covid-19. Países com altos contrastes econômicos e sociais que tiveram em comum o respeito pela vida e pela ciência. Ao contrário do que o governo brasileiro pregou, o descontrole, o morticínio e a crise econômica sem fim não eram inevitáveis.
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Países com amplas diferenças como Cuba, Nova Zelândia, Tailândia, Vietnã, Islândia e Ruanda obtiveram sucesso. Desde o início do surto de covid-19, os países que controlaram a covid-19 e conseguiram proteger melhor as vidas e a economia trataram a pandemia com cautela. Levaram em conta estudos e especialistas, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Promoveram isolamento social estratégico e rigoroso, aplicaram testes em massa com rastreio de contágio, ampliaram a capacidade de atendimento hospitalar e adotaram auxílios financeiros para pessoas e pequenas e médias empresas.
Nova Zelândia e Austrália
A Nova Zelândia ganhou holofotes com a gestão rígida contra a covid-19, especialmente na questão do isolamento social. A primeira-ministra Jacinda Ardern, do Partido Trabalhista, ostenta a maior popularidade da história entre os representantes da população em mais de 100 anos. Durante a pandemia, a popularidade de sua gestão e de seu partido aumentou 14 pontos e chegou a 56,5%, frente a 30,6% da oposição, os Nacionais.
De acordo com levantamento da empresa local Newshub-Reid, o isolamento social rígido (lockdown) contou com apoio de 92% da população. Durante mais de um mês, em maio de 2020, o distanciamento foi o mais rigoroso possível e, depois, ao menor sinal de contágio em alguma cidade foram adotadas medidas de lockdown localizadas em determinadas cidades afetadas.
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O resultado é notável. Desde março do ano passado, quando a OMS declarou pandemia mundial, o país registrou 2.315 casos e 25 mortes. Enquanto isso, o Brasil se aproxima de 230 mil mortes e 10 milhões de casos.
A ilha vizinha dos neozelandeses, a Austrália, também ostenta bons indicadores entre os países que controlaram a covid-19. Com 28.842 casos e 909 mortes, o país conseguiu frear a disseminação com eficiência, a partir da rigidez pontual. Na semana passada, por exemplo, um caso foi detectado na cidade de Perth, capital da Austrália Ocidental. O governo adotou imediatamente um lockdown de cinco dias para conter qualquer possibilidade de surto.
Com isso, cidades livres da covid-19 seguem com vida normal na Austrália e Nova Zelândia. Os moradores viajam localmente sem maiores problemas, se deslocam pelas cidades e até mesmo já deixaram de lado o uso de máscaras em grandes cidades, como Sidney.
O caso de Cuba
Cuba tem cerca de 11 milhões de habitantes e um sistema de governo pautado no socialismo. Vítima de bloqueios unilaterais de Estados Unidos e Israel, a ilha caribenha sofre com dificuldades econômicas. Entretanto, ostenta bons indicadores sociais, possui um baixo índice de violência, elevados parâmetros de Educação e, especialmente, de Saúde.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), Cuba tem um médico para cada 160 habitantes, a maior média da América Latina e uma das maiores do mundo. A Saúde em Cuba possui maior força do que necessária para seus habitantes e o país utiliza essa força de outras formas. Ao mesmo tempo que a ilha consegue insumos em troca da exportação da força de trabalho, o governo adota uma política de solidariedade internacional.
Solidariedade
A Itália foi um dos países mais castigados ainda no início da pandemia de covid-19. O sistema de Saúde do país europeu entrou em colapso, os hospitais não suportaram a demanda e as pessoas passaram a morrer em casa ou nas ruas, onde corpos chegaram a ficar sem atendimento funerário por 48 horas. Diante disso, Cuba enviou uma brigada médica para o estado mais atingido, a Lombardia.
A solidariedade cubana rendeu elogios da comunidade internacional e inúmeras expressões de gratidão do poder público italiano. A prefeitura de Turim iluminou edifícios da cidade com a frase “Grazie Cuba”, a prefeita de Crema pediu o Nobel da Paz para os médicos cubanos, entre outras ações.
Já em solo cubano, a pandemia foi controlada a partir de testagem massiva dos cidadãos, com rastreio de contágio e isolamento estratégico. Como resultado, 30.345 casos e 225 mortes.
Agora, o país dá mais um passo em direção à solidariedade internacional, ao garantir vacinas gratuitas para todos que visitarem a ilha. Existem três imunizantes em desenvolvimento no país, sendo o mais avançado o fármaco Soberana 2.
Mais exemplos
Na África, Ruanda surpreendeu positivamente o mundo com ações abrangentes contra a covid-19 e com a utilização de tecnologia para frear contágios. O país utiliza um “exército” de robôs para atuar na linha de frente. Os aparelhos tecnológicos humanoides foram adotados com a intenção de proteger os profissionais de Saúde do país.
“Estes robôs vão facilitar o nosso trabalho, ajudando os médicos, enfermeiros e outros prestadores de serviços nos centros de tratamento onde os doentes com covid-19 estão a ser tratados”, disse o ministro da Saúde do Ruanda, Daniel Ngamije, na apresentação dos robôs, em julho.
Além do aparato, o país adotou uma política massiva de vacinação para residentes e também estrangeiros. A testagem foi disponibilizada para todos, sem dificuldade de acesso, além de aplicação de exames de forma ativa em regiões que apresentavam risco de contaminação. Como resultado, 15.998 infectados e 210 mortos.
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Outro país entre os que controlaram a covid-19 e atuou com efetividade na contenção da doença foi a Tailândia.
O país que possui base econômica turística contou com a força da rede pública de Saúde para frear os contágios. Mais de um milhão de agentes foram de porta em porta nas grandes cidades para verificar temperatura, distribuir máscaras e informativos contra mentiras e fake news sobre o novo coronavírus. O resultado: 22.644 infectados e 79 mortos.
O país já retomou sua economia e possui iniciativas turísticas como “quarentenas de luxo” em praias paradisíacas, ilhas reservadas para turistas, entre outras ações para aquecer a economia.