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Após testes, Cuba poderá produzir 1 milhão de doses de vacinas contra covid até abril

País apostou na produção de quatro tipos de vacinas: opções para garantir boa resposta ao coronavírus

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Vacina cubana contra coronavírus, em fase de testes, foi batizada de "Soberana 01" - Cubadebate

Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba*

Cuba poderá chegar, em abril, a um milhão de doses de vacinas Soberanas contra a Covid-19, segundo o diretor do Instituto Finlay, Vicente Vérez. A Ilha está preparando as capacidades para essa produção, caso os resultados dos ensaios clínicos sejam positivos.

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Ao participar do programa cubano de rádio e televisão Mesa Redonda, na quinta-feira (4), o especialista informou que estão atualmente no processo de fabricação cerca de 100 mil doses, para garantir a realização dos ensaios clínicos das vacinas batizadas como Soberana 01 e Soberana 02.

Vérez destacou que a Soberana 02 deve iniciar sua fase III de ensaios em primeiro de março próximo, com 42.600 voluntários.

Já o presidente do Grupo Empresarial da Indústria Biotecnológica e Farmacêutica, Eduardo Martínez, ressaltou, durante o programa Mesa Redonda, que o país tem capacidade para esses processos e que, no futuro, serão criadas mais capacidades, a fim de garantir a produção simultânea das 4 vacinas (Soberana 01, Soberana 02, Mambisa e Abdala), se forem todas aprovadas.

Sobre o esquema de imunização na terceira etapa de ensaios clínicos com Soberana 02, Vérez assinalou que serão utilizadas duas doses mais uma, como um reforço para induzir resposta imune de neutralização viral.

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O especialista explicou que a Soberana 01, pelos resultados dos ensaios, é um possível reforço para a imunidade em pacientes convalescentes da Covid-19, e também para os vacinados com outros produtos biotecnológicos.

Esse primeiro projeto, apresentado pela Ilha em agosto de 2020, já demonstrou alta segurança na fase 1 de seus ensaios, e não teve efeitos adversos em um estudo com 30 convalescentes da enfermidade.

Cuba trabalha atualmente na criação de capacidades para produzir 100 milhões de doses da Soberana 02, com o objetivo de satisfazer a necessidade do país e também de outras nações interessadas em comprar o produto, caso os resultados dos ensaios sejam positivos.

Vérez destacou que a estratégia de comercializá-la tem uma combinação de humanismo e de impacto na saúde mundial. Acrescentou que os estrangeiros que cheguem ao país, se quiserem vacinar-se com os candidatos cubanos, poderão fazê-lo.

No final de fevereiro, também se iniciará o ensaio clínico na população pediátrica com ambos os produtos (Soberana 01 e 02), ministradas a pessoas com idades entre 5 e 18 anos.

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Sobre a questão de porque Cuba ter apostado em quatro diferentes vacinas para enfrentar a atual pandemia, Eduardo Martínez Díaz, presidente do grupo BioCubaFarma, afirmou, no programa de TV, que essa decisão favorece a que o país não tenha apenas uma única opção, pois, se esta não fosse efetiva, provocaria um atraso nos procedimentos científicos. Em suas palavras, “não podemos apostar em [apenas] uma variante e que depois os estudos não tenham os resultados esperados. Nesse caso, teríamos de começar de novo”.

Além disso, sublinhou que, ante as distintas variantes desse coronavírus, contar com diversas vacinas permitirá dirigi-las a diferentes grupos de pessoas.

Um balanço

Cuba tem quatro vacinas em teste. Duas passarão à fase III de ensaios clínicos em março: Soberana 02, do Instituto Finlay, e Abdala, do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia.

A vacina Soberana 02, na fase III de ensaios clínicos, poderá ser aplicada a 42.600 voluntários, em duas doses mais uma. A terceira dose poderá ser da mesma fórmula da Soberana 01. Para essa fase, já está assegurada a produção de 150 mil doses.

Além disso, Cuba está criando as capacidades para a produção de 100 milhões de doses da Soberana 02, para imunizar toda a população da Ilha e fornecer a outros países que se interessem em comprá-la.

Martínez Díaz, do BioCubaFarma, afirmou que “março e abril serão meses decisivos para as vacinas cubanas, e temos a confiança de que os resultados serão os que esperamos e que poderemos desfrutar das Soberanas”. Mas lembrou que “as vacinas até agora não protegem 100%. Enquanto não se conseguir cortar a circulação do vírus, é preciso manter as medidas e proteger-se".

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.