Ela pode ser utilizada em diversas outras receitas, como no preparo de biscoitos caseiros, farofas
Em 2015, a então presidenta Dilma Rousseff fez uma saudação destacando a importância da mandioca durante a abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.
Apesar das muitas piadas e dos comentários maldosos que o discurso foi alvo na época, a raiz merece mesmo ser saudada pela sua importância na cultura alimentar brasileira.
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A engenheira agrônoma, agricultora e pescadora Marlene Borges explica o porquê.
“Da mandioca não sobra nada, é aproveitado praticamente tudo”, resume.
E um dos alimentos que é extraído desse versátil alimento é a famosa farinha de mandioca. Marlene também é representante da Associação Comunitária Rural de Imbituba, localizada no litoral de Santa Catarina. Essa entidade ajuda na organização política e social dos trabalhadores que vivem na região.
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O engenho comunitário de farinha de mandioca é um dos frutos desse trabalho. Também conhecido como casa de farinha, o local beneficia cerca de 30 famílias que trabalham na produção e comercialização do alimento e seus subprodutos.
Marlene diz que o processo de fabricação da farinha é quase uma arte e exige experiência e conhecimento.
“A farinha é tu pegar essa massa esfarelada, bota no forno e dali, tu sente o tempo, o momento em que ela está torrada, como que se avalia isso? Se avalia através do tato, se ela estrala pelos dedos, se avalia pelo cheiro, pelo gosto, tem tudo isso, que ai vai depender do forneiro, dos órgãos sensitivos do forneiro”, explica.
Esse cuidado e excelência na hora de produzir a farinha de mandioca se reflete nos benefícios que ela traz ao nosso corpo.
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Renata Alves, nutricionista do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional, conta que umas das maiores vantagens de consumir o alimento com frequência está na combinação de pouca fibra e muito carboidrato.
“A farinha de mandioca é um alimento rico em potássio e carboidrato. É também, pobre em fibras alimentares e por ser um alimento rico em carboidrato e pobre em fibras alimentares e por ser um alimento rico em carboidrato e pobre em fibras alimentares é um alimento altamente energético, fornecendo energia para o nosso corpo de forma muito rápida”, afirma.
Além disso, o potássio ajuda na prevenção de câimbras e favorece a contração muscular.
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Mas, Renata faz um alerta para o consumo excessivo do carboidrato.
“Embora seja um hábito, acrescentar a farinha de mandioca ao arroz e feijão aumenta o consumo de carboidratos naquela refeição. Então, o ideal seria reduzir um pouco a quantidade de arroz para acrescentar a farinha de mandioca ao prato”, salienta.
Vale lembrar, no entanto, que todos esses benefícios podem ser potencializados ao consumir a farinha produzida de forma artesanal, que é produzida nas casas ou engenhos de farinha.
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Segundo Marlene, o que confere esse toque caseiro ao alimento é o tamanho do forno em que ele é torrado.
“Normalmente, no processo industrial, o forno é enorme, às vezes tem uns dois, três metros. O nosso, ele é pequeno, ele tem no máximo, um metro. E o que acontece? A farinha fica torrada por igual e é pouquinho, tu faz quatro, cinco sacos em um dia, enquanto em um processo industrial, tu faz em torno de 10 sacos por fornada”, explica.
E assim como a própria mandioca, a farinha também é muito versátil. Ela pode ser utilizada em diversas outras receitas, como no preparo de biscoitos caseiros, farofas e bolos.
Edição: Daniel Lamir