Economia

Governo prepara volta do auxílio emergencial com valor e alcance menores que em 2020

Equipe econômica fará "cláusula de calamidade" para justificar pagamentos, que beneficiarão até 32 milhões de pessoas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Em 2020, quase 64 milhões de pessoas receberam parcelas de R$ 600 mensais, totalizando um investimento de cerca de R$ 290 bilhões - Foto:- Agência Brasil

Após afirmarem que a retomada do auxílio emergencial "quebraria o país", o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e sua equipe econômica mudaram o discurso no início desta semana. Nos bastidores do Palácio do Planalto, em Brasília (DF), a volta do benefício passou a ser tratada como questão de tempo. 

Pressionado por parlamentares e governadores, o governo reconhece que há uma nova escalada de casos e mortes por covid-19, prolongando também os impactos econômicos da pandemia. Sem sinais consistentes de recuperação, a necessidade de retomar o auxílio tornou-se um consenso.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi um dos últimos a serem convencidos, apesar das evidências de que o benefício evitou um recuo ainda maior da economia brasileira em 2020.

Já na semana passada, o ministério começou a preparar uma "cláusula de calamidade" para justificar os pagamentos. Essa medida permitiria ao governo fazer dívidas para pagar despesas correntes, usando como argumento a emergência provocada pela pandemia de covid-19.

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O valor dos pagamentos continua em aberto. Em 2020, o governo pagou R$ 600 mensais a quase 64 milhões de pessoas, totalizando um investimento de cerca de R$ 290 bilhões.

Este ano, o valor deve ser menor. O Congresso trabalha com a possibilidade de estender o auxílio em R$ 300, enquanto o governo sinalizou que prefere adotar pagamentos de R$ 200.

Os critérios para acessar o benefício também prometem ser mais restritivos que no ano passado. No último dia 5, Guedes indicou que a nova etapa do auxílio deve contemplar "metade" dos que receberam os R$ 600 em 2020, ou seja, até 32 milhões de brasileiros.

Aliado do governo Bolsonaro, o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) se reuniu com a equipe econômica e afirmou à imprensa na última segunda-feira (8) que o benefício alcançará entre 20 milhões e 25 milhões de pessoas.

Interlocutores sinalizam que a proposta de auxílio emergencial deve ser apresentada pelo governo após o carnaval. A data para início dos pagamentos não está definida.

Edição: Leandro Melito