Parece que a eleição de Bolsonaro serviu como uma autorização da ilegalidade
O programa Bem Viver desta quarta-feira (10) adentra a luta pela terra em dois casos que envolvem a pandemia de covid-19 pelo país. Além disso, as experiências trazem as relações do Estado diante do reconhecimento de terras e da efetivação de direitos populares.
O começo da edição traz a emoção das 45 famílias do Acampamento Che Guevara, do Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST), em Piranhas (GO), diante de uma decisão provisória de suspensão de despejo no local.
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Nesta terça-feira (9), o Tribunal de Justiça de Goiás voltou atrás da decisão anterior de 20 de janeiro deste ano, que determinava a saída das famílias. Um dos motivos da suspensão é a situação de crises agravadas pelo novo coronavírus.
O Acampamento Che Guevara está há cinco anos no processo de regularização fundiária, após o próprio Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) reconhecer que o território não cumpria uma função social. Mas, nos últimos meses, houve um recuo do Incra diante dos direitos das famílias sem-terra.
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O Bem Viver também abordou a omissão do Estado diante das terras Yanomamis, em Roraima, demarcadas desde 1992. Para tanto, o programa entrevistou a antropóloga Ana Maria Machado sobre a contaminação de covid-19 como um dos problemas decorrentes das invasões no território indígena.
Ana Maria Machado é uma das autoras do relatório Xawara: rastros da covid-19 na terra indígena Yanomami e a omissão do Estado.
"A junção da alta do mercado do ouro desde 2008 com o desmonte de políticas públicas - principalmente depois da eleição de Bolsonaro - fez com que o garimpo ilegal tomasse proporções absurdas", destaca a antropóloga.
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A entrevista fez um balanço sobre o histórico abandono aos povos indígenas Yanamami e o avanço do garimpo ilegal como um dos principais vetores da doença na região.
"Hoje, estima-se que há cerca de 20 mil garimpeiros invadindo a terra Yanomami. Apesar de ser uma atividade claramente ilegal, parece que a eleição de Bolsonaro serviu como uma autorização da ilegalidade", critica Ana Maria Machado.
Covid-19
O Bem Viver traz também os detalhes sobre a missão da Organização Mundial da Saúde (OMS) dedicada a investigar as origens do Sars-CoV-2, conhecido como novo coronavírus.
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Um grupo de cientistas está na cidade chinesa de Wuhan desde 14 de janeiro deste ano. O local registrou o primeiro grupo conhecido de infecções pelo novo coronavírus. A OMS suspeita que o vírus possa ter circulado em outros lugares antes de chegar à cidade.
Assim, nesta terça-feira (9), a Organização afirmou que não há evidências de que a pandemia de covid-19 teve como primeiro epicentro o mercado de frutos do mar de Huanan em Wuhan, na China.
Sintonize
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Edição: Daniel Lamir