O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou ao Senado nesta quinta-feira (11) que o governo federal acumula testes de covid-19 não usados porque não houve demanda dos estados por eles. A declaração foi dada por Pazuello em plenário, ao responder sobre a existência de testes de covid-19 ainda em armazenamento, que correm o risco de perder o prazo de validade. Até o início deste ano, eram cerca de 5 milhões de unidades que não haviam sido distribuídas pelo Ministério da Saúde.
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“Se eu tenho testes ainda estocados, com validade suficiente para trabalhar, isso é porque o estado ou o município, apesar das conversas, não me demandam. Eu não vou passar o problema para ninguém. Se, ao fim das contas, não me for demandado, tudo o que eu comprei estará comigo ainda. Eu não vou empurrar para ninguém”, afirmou.
Os senadores Major Olímpio (PSL-SP) e Izalci Lucas (PSDB-DF) levantaram a questão, destacando também que o país estuda enviar 1 milhão de testes para uso no Haiti.
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“O ministério nunca implantou de fato nenhum programa de testagem em massa. Por incompetência, estão mofando mais de 5 milhões de testes. Eu quero saber se, verdadeiramente, vai ser transferido para o Haiti mais de 1 milhão desses testes, quando só três estados no Brasil tiveram um milhão de testes do Ministério da Saúde”, questionou Olímpio.
Tratamento precoce
Senadores também inquiriram o ministro a respeito das recomendações da pasta quanto ao chamado “tratamento precoce” para a covid-19 — um conjunto de remédios que circulam como soluções para a doença, mas que não têm eficácia comprovada.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) observou que o governo federal pode estar sujeito a repercussões jurídicas devido à sua postura em relação ao “tratamento precoce”.
“Eu queria saber se o Ministério da Saúde respalda isso e se está preparado para as consequências penais desse respaldo. É o único governo nacional a recomendar e distribuir esses remédios como alternativa à vacina, sendo que eles já foram rejeitados pelos médicos e cientistas internacionais e descredenciados pelo próprio fabricante”, observou.
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O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) afirmou que tanto o ministério quanto o presidente da República, Jair Bolsonaro, estimularam o uso desses remédios, inclusive direcionando gastos públicos para promovê-los.
“O Ministério da Saúde utilizou a Fundação Oswaldo Cruz para a produção de cloroquina. Quanto foi gasto pelo governo federal na produção, armazenamento e distribuição de medicamentos sem eficácia comprovada?”, quis saber.
*Com informações da Agência Senado