No Carnaval grupos marginalizados saiam as ruas para comemorar a liberdade e festejar
A edição do programa Bem Viver desta segunda-feira (15) adentrou a história do Carnaval no Brasil e a preocupação que a data representa especificamente nesta edição de 2021.
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Enquanto sair às ruas em outras épocas carnavalescas poderia representar subversão política, neste ano ficar em casa é fazer sua parte para colaborar consigo e com a sociedade.
Origem do Carnaval
Embora hoje essa data comemorativa seja popular em todo o país, as origens do Carnaval carregam uma história de resistência e subversão hierárquica.
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No Brasil, as primeiras manifestações carnavalescas foram marcadas pela presença de grupos marginalizados, principalmente negros escravizados, que saíam às ruas para festejar e dançar. Com o passar dos anos, as elites incorporaram a efeméride e o poder público passou a organizar desfiles de Carnaval.
Roberto DaMatta, um dos principais estudiosos sobre o tema, conta que a vontade de subversão de um sistema hierárquico, é um ponto essencial da data: "é um ritual de inversão, que vira de cabeça pra baixo a sociedade. E quando você tem a possibilidade de uma igualdade radical, uma igualdade humana, a igualdade de festejar e de ser feliz. Então, a gente é feliz por três, quarto dias e depois volta a dureza da vida".
O coronavírus continua na avenida
Ainda que o cancelamento da festa entristeça muitos foliões, infectologistas garantem que permanecer em casa é a atitude mais prudente no atual momento da pandemia do coronavírus.
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Gestões municipais de diversas cidades brasileiras planejam ações para combater eventos clandestinos ao longo dos próximos dias. No Rio de Janeiro, a prefeitura carioca vai utilizar comboios para fiscalizar festas e blocos que descumprem os protocolos sanitários. Na cidade de Maceió, uma força tarefa foi articulada para impedir aglomerações.
Luta histórica
Ao conquistar o acesso ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), a comunidade quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), deu passos diante de sua luta diante da colonialidade.
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Formada logo após a abolição da escravatura, Monte Alegre mantem um processo coletivo de resgate de sua cultura ancestral, tendo a agricultura familiar como um dos caminhos para a proposta.
“Quando o negro se reconhece como autônomo da sua terra é muito forte dentro da nossa luta. Porque a terra é a identificação. Não adianta eu fazer Monte Alegre em outro lugar. Monte Alegre é onde ele está. Então as nossas raízes estão aqui. A agricultura vem para trazer essa raiz, aflorar o crescimento dessa árvore que era a comunidade que estava sendo sufocada. Então tudo isso está ligado à raiz da terra”, afirma Sara Ventura Pacheco, bióloga e moradora de Monte Alegre.
Imunização contra o coronavírus
No quadro a covid-19 na semana, o médico da família Aristóteles Cardona discute como a interferência política está afetando o plano de imunização nacional contra o coronavírus. Na última semana, o "centrão" mobilizou o congresso nacional para aprovar uma medida na qual obriga a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a aprovar uma vacina no prazo de cinco dias depois de feito o pedido para uso emergencial.
Sintonize
O programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista.
Em diferentes horários, de segunda a sexta-feira, o programa é transmitido na Rádio Super de Sorocaba (SP); Rádio Palermo (SP); Rádio Cantareira (SP); Rádio Interativa, de Senador Alexandre Costa (MA); Rádio Comunitária Malhada do Jatobá, de São João do Piauí (PI); Rádio Terra Livre (MST), de Abelardo Luz (SC); Rádio Timbira, de São Luís (MA); Rádio Terra Livre de Hulha Negra (RN), Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), Rádio Onda FM, de Novo Cruzeiro (MG), Rádio Pife, de Brasília (DF), Rádio Cidade, de João Pessoa (PB), Rádio Palermo (SP), Rádio Torres Cidade (RS) e Rádio Cantareira (SP).
A programação também fica disponível na Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas: Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.
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Edição: Daniel Lamir