O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), aprovou, nesta terça-feira (23), uma resolução que recomenda ao judiciário que não autorize ações de despejo durante a pandemia da covid-19.
A matéria foi proposta pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através do Observatório dos Direitos Humanos ao Poder Judiciário (ODH).
“Esse ato é de extrema sensibilidade humana, isso é uma demonstração de nossa sensibilidade, diante do resultado que nos traz o magnífico observatório. Agradeço à CNBB por essa significativa aos direitos humanos”, afirmou o ministro Luiz Fux, presidente do CNJ, durante a audiência.
:: Fachin defende suspensão de despejos de quilombolas durante pandemia ::
Representando a ODH, o advogado Leandro Gaspar Scalabrin apresentou aos ministros alguns dados do relatório sobre o Direito à Moradia, produzido pela entidade em junho de 2020.
“Durante a pandemia, já ocorreram 79 despejos. Nesses, 9 mil famílias foram colocadas em situação de desabrigo. Atualmente, 64 mil famílias estão ameaçadas de despejo neste momento no Brasil”, explicou Scalabrin.
A medida foi festejada pelo Padre Paulo Renato, assessor político da CNBB. “Muito bom, é uma questão humanitária. É um novo humanismo, esse humanismo cristão. É uma visão diferenciada, em tempos tão difíceis. O ministro Fux acolher isso foi um ótima notícia.”
Edição: Leandro Melito