Palestinos que vivem em oito campos de refugiados na sitiada faixa de Gaza, se manifestaram em frente a vários escritórios da Agência das Nações Unidas de Assistência e Trabalho aos Palestinos no Oriente Próximo (UNRWA), no domingo (21), para protestar contra a decisão da entidade, de abandonar a classificação de pobreza para o recebimento de ajuda alimentar, segundo relato da agência de notícias WAFA.
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Em uma declaração conjunta, os comitês populares exigiram que a UNRWA revertesse sua decisão de cancelar as classificações de pobreza -- o que priorizava os cidadãos em situação de pobreza extrema com cupons específicos. No recém-introduzido sistema unificado, é fornecido um cupom para todos os refugiados palestinos, independentemente de seus níveis de renda.
O número de refugiados palestinos vivendo na extrema pobreza em Gaza é atualmente estimado em aproximadamente 770.000. Os ativistas destacaram que precisam de assistência e alimentos subsidiados por agências como a UNRWA, já que não seriam capazes de arcar com os custos elevados do sistema de cupons unificado, devido à sua renda atual e às condições econômicas em Gaza.
Protestos
Centenas de refugiados palestinos participaram das vigílias de protesto rejeitando a decisão da UNRWA e pedindo sua reversão.
Os manifestantes gritaram palavras de ordem contra a agência, muitos carregando sacos vazios simbolizando leite e farinha, enquanto batiam panelas vazias. A faixa de Gaza já sofre de uma escassez crônica de alimentos, água, eletricidade e outros suprimentos essenciais, causada pelo bloqueio aéreo, marítimo e terrestre de Israel, além de severas restrições impostas pelo mesmo e o Egito no fornecimento e entrega de bens e itens essenciais para o território.
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As Nações Unidas, assim como várias organizações internacionais de direitos humanos, vêm repetidamente levantando preocupações sobre a escassez de suprimentos na Faixa de Gaza, especialmente suprimentos médicos. Eles também alertam sobre os riscos de fome, desnutrição e doenças, pressionando a comunidade internacional a tomar medidas para lidar com essas questões humanitárias. Ao longo dos anos, muitos apelos foram feitos ao Estado de Israel para suspender seu bloqueio ilegal e debilitante à Faixa de Gaza. Grupos de direitos humanos notam que o bloqueio é a causa principal da crise humanitária em Gaza, forçando milhares de palestinos a viver como refugiados, dependentes da assistência humanitária internacional para sua sobrevivência diária.
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O departamento de assuntos de refugiados da Organização para a Libertação da Palestina, em coordenação com seus comitês populares nos oito campos de refugiados, fez um apelo ao povo Palestino para participar das manifestações contra a decisão da UNRWA em massa. As vigílias em frente aos escritórios da ONU também contaram com a presença de vários líderes e representantes das diversas facções políticas palestinas, grupos da sociedade civil e de apoio a refugiados.
*Originalmente publicado no People's Dispatch.
Edição: Vivian Fernandes