Em uma visita inédita ao Iraque, o papa Francisco inicia, nesta sexta-feira (5), a 33ª viagem internacional de seu pontificado. Até a próxima segunda-feira (8), o pontífice cumpre uma agenda de encontros com autoridades e religiosos, tanto cristãos quanto muçulmanos, em uma jornada cheia de simbolismos e pela defesa da paz. Esta é a primeira viagem de um papa a um país muçulmano de maioria xiita.
Iraque é um dos países mais perigosos do mundo. Em janeiro, um duplo atentado terrorista teve como vítimas fatais 35 pessoas em Bagdá. Antes disso, há quase um ano e meio a cidade não registrava atentados. No último mês, houve pelo menos quatro ataques contra bases militares dos Estados Unidos.
Já do ponto de vista da pandemia, o país registra cerca de 5 mil novos contágios por dia e já faleceram mais de 13 mil pessoas.
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Apesar disso, o Papa Francisco considera a viagem um risco controlado e não quer cancelar a visita. "O povo iraquiano nos espera; esperava São João Paulo II, a quem proibiram de ir. Não se pode decepcionar um povo pela segunda vez”, declarou antes da visita.
A viagem inclui um encontro com o aiatolá Ali Al Sistani, a maior autoridade dos muçulmanos xiitas do país. O religioso iraquiano rompeu os protocolos e receberá o Papa de pé, em sinal de respeito.
Além da capital Bagdá, o Papa vai passar por Najaf, Ur, a terra natal do patriarca Abraão, figura de referência para os judeus, cristãos e muçulmanos, Erbil, capital do Curdistão iraquiano, Mossul e Qaraqosh.
Esta é considerada a viagem mais arriscada do papado de Francisco, mas ele aceitou locomover-se em um carro blindado e participar de eventos com poucos participantes, em um forte esquema de segurança.
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Em mensagem enviada aos iraquianos antes da visita, Francisco anunciou: "Vou como peregrino (...) implorar ao Senhor perdão e reconciliação, após anos de guerra e terrorismo (...) e vou entre vocês como um peregrino da paz". Além disso, Francisco se dirige a muçulmanos, judeus e cristãos como "uma só família" e os incentiva a "seguir adiante", que não se rendam, para reconstruir e curar feridas.
Francisco também fará a viagem para apoiar aos cristãos exterminados pelo grupo extremista Estado Islâmico. No ano de 2003, havia em torno de 1,5 milhão de cristãos no país, e agora são cerca de 300 mil.
Confira a reportagem completa do correspondente da teleSUR em Roma, Javier Martínez-Brocal.
Edição: Vivian Fernandes