O Brasil registrou nesta segunda-feira (8) a maior média diária de mortes por covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020.
Em cada um dos últimos sete dias, morreram, em média 1.525 brasileiros vítimas do coronavírus, maior média móvel de óbitos já atingida pelo país.Os números foram divulgados pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
Nas últimas 24 horas foram registradas 987 mortes, de acordo com as secretarias estaduais. Embora elevado, o balanço às segundas-feiras tende a ser inferior à realidade, já que existe um número reduzido de profissionais ativos aos domingos da área Saúde, incluindo laboratorial.
Desde o início do surto, morreram 266.398 brasileiros, sem contar a subnotificação, já que o Brasil testa pouco seus cidadãos.
Em relação ao número de novos casos confirmados, foram 32.321 nesta segunda-feira. Os dados dos estados apontam para 11.051.665 brasileiros que já adoeceram pela covid-19. A média móvel de novos contaminados também está no patamar mais alto do histórico da pandemia, com 66.381 doentes por dia.
Dias difíceis
A covid-19 segue um movimento de escalada no Brasil desde novembro. Entretanto, pouco se fez para conter o vírus naquele momento. Agora, o país vê o sistema de Saúde nacional à beira do colapso. Alguns estados já entraram em situação de falta de leitos e estrutura para o atendimento dos doentes. Entre eles, o Rio Grande do Sul, Santa Catarina Paraná, Acre, Roraima e Amazonas. Em São Paulo, com 80% dos leitos ocupados, o governo também teme o pior.
O Brasil é o segundo país com mais mortos pelo vírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Entretanto, os norte-americanos, assim como a média global, vêm reduzindo a mortalidade e os novos casos desde o início do ano. Na contramão, o Brasil se tornou, no fim de fevereiro, o epicentro da pandemia.
Contribuíram para o cenário as aglomerações de fim de ano, o Carnaval e a falta de ações preventivas, como o isolamento social. O agravamento na pandemia em março era esperado e denunciado pelos cientistas. Também assumiu um papel fundamental de “sócio do vírus” o presidente Jair Bolsonaro. O político desde o início da pandemia incentiva aglomerações, impede o acesso às vacinas, divulga mentiras sobre os fármacos e sobre máscaras.
Como resultado a vacinação não caminha na velocidade necessária para a superação da crise no Brasil. Ao contrário, o país passa a ser um risco ao mundo; um pequeno grupo de vacinados em contato com uma disseminação ampla do vírus pode resultar em mutações da covid-19 resistentes aos medicamentos. É o que teme a Organização Mundial da Saúde. Até o momento o país administrou 10,8 milhões de doses, ou 1,26% da população imunizada e 3,83% tendo tomado a primeira dose.