A Venezuela realizou simulações militares por terra, mar e ar em oito regiões do país, durante todo o fim de semana. Os exercícios começaram na última sexta-feira (5), em homenagem aos oito anos do falecimento do ex-presidente Hugo Chávez, e terminaram na noite do último domingo (7).
O ministro de Defesa, Vladimir Padrino López, afirma que as práticas servem para aperfeiçoar as tropas diante de “ameaças internas e externas”.
Entre as chamadas Zonas Operativas de Defesa Integral (ZODI), está a capital Caracas, a parte andina, que faz fronteira com a Colômbia, e a região do Esequibo, em disputa com a Guiana.
“Queremos atuar da maneira mais eficiente possível no campo de batalha. Somos um país de paz e nos preparamos para defendê-la. É isso o que estamos fazendo. A Venezuela está sendo assediada constantemente e nós, como soldados da Força Bolivariana, estamos obrigados constitucionalmente a defender em união cívico-militar nossa pátria”, declarou o general Padrino López.
O presidente Nicolás Maduro reiterou que diante da presença de “inimigos inescrupulosos que vem da Colômbia, os organismos de segurança, inteligência e contra inteligência devem estar atentos”.
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Além de militares, trabalhadores de setores estratégicos, como a indústria petroleira, e integrantes das Brigadas Bolivarianas também participaram dos exercícios, que simularam uma invasão estrangeira com tropas paramilitares.
Desde 2019, a Venezuela denuncia a existência de acampamentos de treinamento a militares desertores venezuelanos e paramilitares no território colombiano, próximo à fronteira ao norte com a Venezuela.
Durante a Operação Gedeón, tentativa de invasão posta em prática em maio de 2020, uma série de provas relacionam a anuência do governo do presidente colombiano Iván Duque com os planos de golpe contra Maduro.
Há duas semanas, o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, fez um chamado a Duque a conter suas "intenções de guerra" contra o país vizinho, denunciando que o chefe de Estado teria convocado uma reunião com o embaixador virtual dos Estados Unidos para a Venezuela, James B. Story, e os líderes da oposição venezuelana Júlio Borges e Leopoldo López.
Além de um ataque com explosivos à sede do parlamento, planejada para o dia 17 de fevereiro, mas frustrado pela inteligência militar, o presidente da Assembleia Nacional afirmou que os opositores trabalham junto aos cartéis do Golfo, La Guajira e Norte de Santander para colocar em prática outras ações desestabilizadoras contra a Venezuela.
No último domingo, a justiça indicou que nove pessoas serão processadas, acusadas de fazer parte de um plano de sequestro de Diosdado Cabello, vice-presidente do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv).
O Ministério Público venezuelano denuncia que parte do plano previa levar o nº2 do chavismo aos Estados Unidos, onde a Casa Branca oferece uma recompensa pela sua apreensão, sob denúncia de narcotráfico.
Edição: Poliana Dallabrida