O avanço da pandemia no Brasil, com quebras sucessivas de recordes de mortes por covid-19 em março, fez com que o governo federal recuasse em seus ataques à China e aos laboratórios farmacêuticos do país asiático e pedisse socorro ao gigante asiático por mais vacinas.
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No início desta semana, o Ministério da Saúde enviou um ofício à embaixada da China no Brasil pedindo ajuda para a compra de 30 milhões de doses da vacina da farmacêutica chinesa Sinopharm.
O documento foi assinado pelo secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, e recebido pelo embaixador Yang Wanming, que já criticou membros do governo e da família Bolsonaro por declarações preconceituosas contra a China.
Histórico
Em pelo menos dez ocasiões, Bolsonaro criticou, atacou ou desprezou a CoronaVac. O imunizante, desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, tem eficácia comprovada e foi autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial desde janeiro.
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Em outubro de 2020, o presidente foi taxativo. "Não compraremos a vacina da China", disse, desautorizando o ministro Eduardo Pazuello, que negociava a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac. O argumento de Bolsonaro era que o país asiático teria um "descrédito muito grande".
Mesmo após a conclusão do testes, em dezembro, Bolsonaro questionou a eficácia da vacina. Em transmissão ao vivo em suas redes sociais, o presidente afirmou: "A eficácia daquela vacina em São Paulo parece que está lá embaixo", em uma tentativa de rivalizar com o governador paulista João Doria (PSDB).
O maior atrito com o embaixador Yang Wanming ocorreu há um ano, quando um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), culpou a China pela disseminação do coronavírus.
"As suas palavras são extremamente irresponsáveis e nos soam familiares. Não deixam de ser uma imitação dos seus queridos amigos. Ao voltar de Miami, contraiu, infelizmente, vírus mental que está infectando a amizade entre os nossos povos", respondeu a embaixada em suas redes sociais.
Antes de recuar nas críticas às vacinas de origem chinesa, o governo Bolsonaro havia feito o mesmo em relação à tecnologia 5G da empresa Huawei.
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O Brasil vacinou menos de 4% de sua população até o momento.
Segundo informações do portal UOL, dos 13 imunizantes em avaliação pela Organização Mundial da Saúde (OMS), seis sequer estão sendo analisados ou considerados pela Anvisa e pelo Ministério da Saúde.
Edição: Rebeca Cavalcante