Os movimentos que integram a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba) organizam uma ação internacional pela libertação de mulheres ativistas presas em retaliação à sua atuação política anticapitalista em diferentes lugares do mundo.
A ação acontece nesta sexta-feira (12) e será dividida em três frentes. O objetivo da mobilização, que integra a Semana de Luta Feminista em Nossa América, é dar visibilidade à luta dessas mulheres contra o imperialismo e denunciar que estão encarceradas sem justificativa.
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Em razão da pandemia, uma grande mobilização acontecerá por meio das redes sociais com a publicação de fotos e de vídeos das militantes com velas acesas e com a utilização hashtag #LibresLasQueremos (Livre as queremos, em português).
Além da hashtag, a orientação é marcar contas do Twitter e Instagram das embaixadas onde as ativistas estão encarceradas, com a utilização da frase: "Seguiremos em vigília e em luta, até que todas estejam livres".
As embaixadas e consulados dos países em que as ativistas estão privadas de liberdade também receberão cartas pedindo a liberdade das presas políticas. Haverá também concentrações em frente aos locais.
Declaración 8 de marzo // March 8 DeclarationLas mujeres trabajadoras del mundo se unen contra el imperialismo en el Día Internacional de la Mujer. // Working Women of the World Unite Against Imperialism on International Women’s Day #AntiImperialist8M
Posted by International Week of Anti-Imperialist Struggle on Monday, March 8, 2021
Quem são elas?
Entre as ativistas detidas sem justificativa está a indígena Milagro Sala, da Argentina, líder da Organização de Bairro Tupac Amaru, na província de Jujuy. Ela está em detenção arbitrária há 5 anos sem uma acusação clara.
O mesmo acontece na Índia com Sudha Bharadwaj, advogada ativista dos direitos humanos. Sudha é parte do movimento operário iniciado nas minas de ferro e defensora dos direitos do povo Adivasi (indígena) no país.
Ela foi presa, sem provas ou acusações contundentes, em 28 de agosto de 2018 junto a outros quatro ativistas.
Já a estadunidense Lore-Elisabeth Blumenthal foi acusada de atear fogo em dois carros da polícia durante os protestos de maio de 2020 contra o racismo e a violência policial nos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd.
Ela está detida no Centro de Detenção Federal em Center City, sem fiança. Caso seja condenada, a sentença mínima obrigatória é de sete anos. A pena máxima pode chegar a 80 anos.
Na Turquia, a líder do Partido da Paz e da Democracia (HDP) do povo curdo, Gültan Kışanak, foi presa em fevereiro de 2019 com acusações forjadas, segundo a Alba. Ela foi condenada a 14 anos de prisão e declarada membra de uma organização terrorista.
As últimas duas ativistas que integram a lista são da Palestina, são elas: Khalida Jarrar, integrante da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP), e Khitam Saafinl, líder dos Comitês da União de Mulheres Palestinas
Jarrar está detida na prisão israelense de Damon desde outubro de 2019. Ela já havia sido detida pelo Estado de Israel anteriormente, também sem a apresentação das acusações.
Já Saafin, que é uma das principais referências da luta palestina, foi presa em novembro do ano passado pelo exército israelense. A membra da Secretaria Geral da União Geral de Mulheres Palestinas está em prisão administrativa, sem acusação ou julgamento, há quatro meses, com possibilidade de prorrogação da detenção.
Edição: Rebeca Cavalcante