A Câmara aprovou, em segundo turno, a chamada PEC Emergencial (Proposta de Emenda à Constituição 186), com 366 votos a favor, 127 contra e três abstenções. O objetivo do governo Bolsonaro com a medida era eliminar despesas do Estado, prejudicando o funcionalismo, conforme denunciou a oposição.
A PEC teve incluído o retorno do auxílio emergencial, mas sem valor definido. Foi fixado um limite de R$ 44 bilhões para o total de pagamentos do benefício. A oposição também se posicionou contra a medida, alegando que se trata de quantia insuficiente diante da crise.
Nesta quinta-feira (11), o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a afirmar que a economia brasileira "está decolando", porque a "arrecadação em fevereiro deste ano [foi um] recorde histórico para fevereiros”, em pronunciamento junto ao presidente Jair Bolsonaro.
"Celebrar uma melhora na capacidade de arrecadação tributária no mês de fevereiro como uma sinalização pra melhora da atividade econômica, quando todos os dados e estatísticas caminham, justamente, no sentido contrário, com aumento de desemprego, por exemplo (batendo recorde de 14%), é estar no mínimo em outro mundo, outro planeta", comentou a economista e pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (CESIT), da Unicamp, Marilane Teixeira.
Segundo a economista, o indicador celebrado por Guedes é insuficiente para afirmar que a economia no país está se recuperando. "Provavelmente a melhora do ponto de vista da arrecadação tributária deve estar muito associada ao desempenho dos setores exportadores (...) Agora, tudo indica que esse resultado, se não forem tomadas medidas mais concretas, ele se reverterá rapidamente; a gente não pode olhar o desempenho da economia apenas pela capacidade de arrecadação, é preciso olhar um conjunto de indicadores macroecônomicos que sinalizam para uma situação de melhora ou não, e um dos principais meios para avaliar isso é nível de emprego e da capacidade das pessoas de fazer frente as suas despesas", explicou Teixeira.
Confira a entrevista a partir do minuto 32 do jornal.
*Com informações da RBA.
------
O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.
Edição: Mauro Ramos