As críticas do ex-presidente Lula (PT) a Jair Bolsonaro (sem partido), em coletiva de imprensa na última quarta-feira (10), produziram efeitos imediatos sobre o discurso e a prática do atual governo.
Se o "mercado" reagiu mal, na segunda-feira (8), à anulação dos processos do petista na Lava Jato de Curitiba (PR), o pronunciamento de Lula em São Bernardo do Campo (SP) teve um efeito positivo imediato – não só no mercado de ações.
Leia mais: Lula adota discurso de estadista e afirma: “O Brasil não é dos milicianos"
Ainda no dia 10, o governo Bolsonaro mudou o discurso sobre a vacinação contra covid-19. Além de circular nas redes sociais o slogan "nossa arma é a vacina", o Ministério da Saúde anunciou que apostará todas as fichas na compra de mais imunizantes, independentemente do país de fabricação.
O posicionamento contradiz a narrativa antivacina construída e reforçada por Bolsonaro desde o início da pandemia, especialmente contra o imunizante de origem chinesa CoronaVac.
O presidente e sua equipe, que antes desprezavam o uso de máscaras como forma de prevenção, seguiram o conselho de Lula e mantiveram a boca e o nariz cobertos no anúncio do Ministério da Saúde.
:: Leia a íntegra do primeiro discurso de Lula após anulação de condenações da Lava Jato ::
Na última quinta-feira (11), a lógica do "siga o mestre" chegou ao extremo. Afim a grupos "terraplanistas", que duvidam do formato esférico do planeta, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo com um globo terrestre em primeiro plano, reconhecendo, enfim, a irracionalidade do discurso "olavista".
O Índice Bovespa, que caiu de 114.345 pontos para 110.168 entre a tarde de segunda-feira e a manhã de terça, recuperou a perda anunciada pela mídia corporativa em menos de 48 horas.
Edição: Rebeca Cavalcante