A Justiça boliviana decretou, no último domingo (15), quatro meses de prisão preventiva para a ex-presidenta Jeanine Áñez e dois ex-ministros Alvaro Coimbra (Justiça) e Rodrigo Guzmán (Energia). Todos foram acusados pelo Ministério Público de terrorismo, conspiração e sedição.
A detenção preventiva foi decretada por risco de fuga e obstrução do processo. A decisão foi anunciada em uma audiência que durou mais de 10 horas, na qual a Procuradoria havia solicitado seis meses de prisão para Áñez e seus ex-funcionários.
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O ministro de Justiça e Transparência, Iván Lima, anunciou que irá apresentar nesta segunda-feira (15) quatro processos de crimes de responsabilidade cometidos por Áñez e seu gabinete. As novas denúncias se somarão à investigação sobre o massacre de Sacaba e Senkata, que deixou 21 mortos durante protestos contra o golpe de Estado, em novembro de 2019.
"O que estamos buscando é uma pena de 30 anos, porque aqui houve massacres sangrentos, famílias que ficaram sem pais, mães que perderam seus filhos", afirmou o ministro em entrevista à Bolívia TV.
Os familiares das vítimas de Sacaba e Senkata celebraram a prisão. "É um triunfo. Sentimos que a justiça está chegando, que tardou, mas vai chegar", relataram em entrevista a meios de comunicação bolivianos.
O ministro de Governo Eduardo del Castillo também reiterou que não se trata de perseguição política, e sim de justiça.
"Há que deixar claro que este governo democraticamente eleito não está perseguindo politicamente a ninguém, o que está fazendo é que exista justiça em nosso país", declarou.
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* Com informações de Russia Today, La Razón e Agência Boliviana de Informação
Edição: Rebeca Cavalcante