Sob o discurso de combater a corrupção no Brasil e recuperar dinheiro para os cofres públicos, a Lava Jato acabou sendo responsável pela eliminação de milhões de empregos, a destruição da cadeia produtiva e o afastamento de investimentos no país.
É o que aponta o estudo apresentado nesta terça-feira (16), pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), intitulado “Os impactos da Lava Jato no emprego e na economia do país”.
Sérgio Nobre, presidente nacional da CUT, lembrou durante a apresentação que, desde o começo da operação, a central afirmava que "empresas não cometem crimes, pessoas sim, e são elas que têm que ser investigadas e punidas".
"Seguramente, se a Lava Jato não tivesse existido, com o papel que teve, se tivesse preservado as empresas e não tivesse perseguição política, não teríamos os 14 milhões de desempregados, gente que não sabe como vai ser o dia de amanhã. Não teríamos milhares de pequenas empresas fechando a crise que se agrava a cada dia mais", completou o sindicalista.
O estudo detalha ainda, segundo o responsável pelo estudo no Dieese, Fausto Augusto Jr., diretor técnico da entidade, a diminuição de investimentos na estatal após o início da operação, em 2014, e o montante que vinha sendo aplicado no desenvolvimento de tecnologia após a descoberta do pré-sal em 2006.
“Quando não há investimento público, a economia tem impacto em cadeia. Por isso tivemos a perda milhões de empregos em outros setores que não tem a ver com a Lava Jato. Se investimentos tivessem sido feitos, nosso PIB poderia ter sido maior e hoje a economia seria diferente”, afirmou o diretor técnico do Dieese durante a apresentação do estudo.
Com os impactos negativos da redução de investimentos e do emprego, a massa salarial foi reduzida em cerca de R$ 85 bilhões. “São 85 bi que poderiam ter circulado na economia, movimento o comércio, gerando mais empregos e renda”, afirmou ainda Fausto Augusto Jr.
O estudo detalhado com os números será entregue aos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado e do Supremo Tribunal Federal, e em breve, será transformado em livro.
*Com informações de Cosmo Silva e CUT.
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Edição: Mauro Ramos