A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), fundada em 2007, corre o risco de ser privatizada. A ameaça de desestatização parte de um suposto déficit que a empresa estaria gerando para o governo. Trabalhadores protestaram virtualmente, na terça-feira (16), contra a ameaça que, segundo eles, provocará uma série de demissões, entre outros prejuízos.
A EBC é uma empresa pública formada por um aglomerado de veículos de imprensa que levam informação para todo o Brasil. Além do canal televisivo TV Brasil, a EBC é composta por sete emissoras de rádio espalhadas pelo país e possui o site jornalístico Agência Brasil, que produz textos e fotos que abastecem milhares de grandes e pequenos veículos de comunicação.
Jair Bolsonaro já havia expressado sua vontade em privatizar a EBC e recentemente foi anunciado pelo Ministério das Comunicações que a empresa faria parte do Programa Nacional de Desestatização. Daniel Ito, diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal e jornalista da EBC comenta que a comunicação pública fortalece a democracia brasileira e tem papel relevante nas principais democracias do mundo. Segundo ele, neste momento de tanta desinformação, a EBC é mais que necessária.
A ameaça de privatização se dá por conta de um suposto déficit que a empresa daria aos cofres públicos, gastando muito com altos salários e baixa audiência em seus veículos. Para o jornalista e professor do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da USP, Laurindo Lalo Leal Filho, a desestatização da EBC faz parte do golpe de Estado iniciado em 2016.
Nesta terça-feira houve uma reunião do Conselho de Ministros, no âmbito do Programa de Parceiras e Investimentos para confirmar a inclusão da EBC no Plano Nacional de Desestatização. A partir de agora será feito um estudo sobre a desestatização da empresa. Um agravante neste processo é que caso a EBC não apresente atrativos para ser comprada, ela será fechada.
Ito afirma que o ataque de Bolsonaro é inconstitucional, e que existe chance de reverter um possível processo de desestatização ou a extinção da Empresa Brasileira de Comunicação.
*Com informações de Larissa Bohrer.
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Edição: Mauro Ramos
