Após 115 dias de mobilizações, o Ministério da Educação (MEC) nomeou, nesta quinta-feira (18), o professor Valter Joviniano de Santana Filho como reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ele foi o mais votado, em 2020, pelo Colégio Eleitoral Especial, composto pelos conselhos superiores da instituição.
A chapa mais votada pela comunidade acadêmica era formada pelos professores André Maurício Conceição e Rozana Rivas, que nunca foram empossados. Relembre o caso.
Após a cerimônia de posse, Joviniano substituirá a interventora Liliádia Barreto, professora do curso de Serviço Social que sequer se candidatou ao cargo. A nomeação dela foi uma das mais polêmicas da série de intervenções do governo Bolsonaro nos postos de comando de universidades e institutos federais.
Barreto é da mesma igreja do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que a nomeou em novembro de 2020. Até o Conselho Regional de Serviço Social 18ª Região (CRESS/SE) divulgou uma nota expressando repúdio àquela nomeação.
A pressão da comunidade acadêmica contra a intervenção se somou a uma série de negociações em Brasília (DF), que culminaram no recuo do MEC.
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O novo reitor Valter Joviniano de Santana Filho é formado em Fisioterapia, tem 40 anos e ingressou na UFS como professor efetivo em 2009. Com mestrado e doutorado em Fisiologia pela Universidade de São Paulo (USP), ele é membro da Sociedade Brasileira de Fisiologia (SBFis) e da Sociedade Americana de Fisiologia (APS). O mandato na reitoria é de quatro anos.
O Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação da UFS (SINTUFS) enviou uma nota ao Brasil de Fato ressaltando que Joviniano não foi o escolhido pela comunidade acadêmica.
"O referido professor, agora nomeado pelo MEC como reitor, não participou da Consulta Pública paritária à comunidade, motivo pelo qual o SINTUFS não reconhece o mesmo como reitor de fato. Lembramos que a chapa mais votada pela comunidade acadêmica e eleita de forma legítima é formada pelo prof. André Maurício Conceição como reitor e Rozana Rivas como vice-reitora", diz o texto.
Rosalvo Ferreira, novo vice reitor, comemorou a nomeação: "Representa não apenas a legitimidade do processo eleitoral realizado em 15 de julho de 2020, mas, sobretudo, o retorno da institucionalidade no âmbito da UFS. Certamente, vai representar um avanço enorme do ponto de vista das conquistas que a universidade terá nos próximos quatro anos."
Edição: Rebeca Cavalcante