Cinco militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) foram detidos, nesta quinta-feira (18), ao fazerem um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Praça dos Três Poderes, espaço de Brasília (DF) que liga os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
A prisão foi confirmada pela assessoria de imprensa da Polícia Militar do Distrito Federal. Em nota, o órgão disse que os militantes foram detidos por infringirem a Lei de Segurança Nacional ao divulgarem uma suástica – símbolo nazista –, associando-a ao presidente da República.
Eles estenderam uma faixa com os inscritos “Bolsonaro genocida”, em referência à conduta do governo na pandemia, quando foram presos. O grupo foi conduzido à Delegacia da Polícia Federal.
Em uma conversa prévia com o Brasil de Fato, o deputado federal Alencar Santana Braga (PT-SP) informou que estava a caminho da Polícia Federal, na companhia da também deputada petista Natália Bonavides (PE) e de advogados. “É um atentado à democracia, o Estado autoritário entrando em vigor. Estão querendo fazer uso da força pra evitar qualquer tipo de crítica ou manifestação contrária ao governo”, disse Alencar.
Repúdio
Em nota sobre o caso, o Coletivo Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAD) disse ter recebido a notícia das prisões com “veemente repúdio. “O próprio presidente se portou, desde sempre, como quem prefere a suástica do que a democracia”, diz o grupo, ao afirmar ainda que a avaliação se confirma por conta de condutas como “censura, perseguição a manifestantes e coibição da liberdade de expressão.”
No documento, a entidade também faz coro pelo impeachment de Jair Bolsonaro e destaca que a intimidação de militantes por meio da Lei de Segurança Nacional “é ato de governos ditatoriais.”
“Sabemos que Bolsonaro tem buscado um tensionamento a qualquer preço para causar um grande caos social que possa levar a uma intervenção no Brasil. Além disso, a cada ato arbitrário como o praticado hoje pela PF em Brasília o governo dá a senha para ataques de ódio, realizados com cada vez mais frequência pelos que o apoiam e pedem o retorno da ditadura militar e o fechamento das instituições da República”.
Mais informações em breve.
Edição: Poliana Dallabrida