baixas no governo

Jornal Brasil Atual Edição da Tarde | 29 de março de 2021

O sociólogo e cientista política Emir Sader analisa as mudanças ministeriais no governo federal

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O sociólogo e cientista político Emir Sader analisou as mudanças na composição ministerial do governo Bolsonaro
O sociólogo e cientista político Emir Sader analisou as mudanças na composição ministerial do governo Bolsonaro - Foto: Instituto Lula

As baixas na composição ministerial do governo Bolsonaro nesta segunda-feira (29) movimentaram a política nacional. O chanceler Ernesto Araújo deixou a pasta de Relações Exteriores no mesmo dia da saída do general Fernando Azevedo e Silva do comando da Defesa.     

Em entrevista ao vivo ao Jornal Brasil Atual, o sociólogo e cientista político Emir Sader analisou a previsível saída de Ernesto Araújo e a surpreendente demissão de Fernando Azevedo e Silva. 

Sader destacou que o chamado centrão do congresso nacional já estava “fritando” a permanência do chanceler no comando das Relações Exteriores.  

"Jogaram nas costas dele [Ernesto Araújo] - que não é sem razão -, as responsabilidades e dificuldades de Brasil obter vacinas [contra a covid-19]. E principalmente a postura dele numa hora como essa de levantar críticas à China [contribuiu para a saída]", destacou o sociólogo lembrando que Ernesto Araújo era visto como um empecilho nas negociações com o país oriental. 

Emir Sader acredita que o próximo nome das Relações Exteriores deve manter a essência política do governo federal, mas sem "propagandismos de Olavo Carvalho no Itamaraty". Ou seja, a substituição deve silenciar o olavismo e outras ideologias de extrema direita na voz do novo chanceler.   

Sobre a saída do general, o entrevistado avalia que a demissão é um sinal de saturação entre as Forças Armadas o governo Bolsonaro. Ao mesmo tempo, a escolha do substituto de Azevedo e Silva gera expectativas sobre os próximos capítulos da relação do governo federal com os militares. Sader avalia que Bolsonaro pretende um nome mais alinhado ao governo federal.  

"Se ele [Bolsonaro] colocar Braga Neto é uma confissão que o presidente não tem tem nenhum militar na ativa para exercer esse papel. Seria ainda mais incômodo para as Forças Armadas serem comandadas por por um general retirado", salientou. 

Entre as configurações de fragilização do governo Bolsonaro e as perspectivas políticas para o país, Emir Sader lembrou a retomada de Lula na corrida eleitoral de 2022. 

"Eu acho que a aparição de Lula na cena política é o fantasma que paira na cabeça de todo mundo. A perspectiva de vitória de Lula não estava na cabeça das pessoas três semanas atrás. Hoje é uma realidade bem concreta", afirma salientando as dúvidas de setores da direita em continuar apoiando Bolsonaro. 


Confira todos os destaques do dia no áudio acima. 

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Edição: Daniel Lamir