CRISE

Caravana migrante: mais de 400 hondurenhos deixam o país rumo aos EUA

Grupo partiu na última terça-feira (30) e pretende caminhar 3,6 mil km para fugir da miséria

Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) |
Depois de chegar à fronteira da Guatemala, caravana originalmente composto por cerca de 400 pessoas dispersou-se em grupos menores - Claudia Mendoza

A segunda caravana migrante do ano saiu na última terça-feira (30) da cidade de San Pedro Sula, norte de Honduras, rumo aos Estados Unidos. Cerca de 400 hondurenhos abandonaram o país, mas parte do grupo se dispersou ao chegar à cidade de Corinto, na fronteira com a Guatemala.

O governo guatemalteco havia decretado estado de prevenção por 15 dias ao saber da convocatória da caravana. A medida proíbe qualquer tipo de reunião ou aglomeração durante a pandemia, autorizando as forças de segurança a dispersar qualquer tipo de manifestação em espaços públicos. 

Em janeiro deste ano, um grupo com cerca de nove mil imigrantes foi reprimido na Guatemala, tentando viajar ao território estadunidense. Depois de sofrer repressão policial e militar, uma parte retornou ao seu país de origem e outra foi detida pelo serviço de imigração guatemalteco.

Os imigrantes fogem da violência, desemprego e miséria. Em Honduras, 60% da população vive em condição de pobreza, enquanto a taxa de desemprego chega a 5,2%, de acordo com o Banco Mundial.

Covid-19

A Guatemala registra 194 mil casos e 6.823 falecidos pela covid-19. Já em Honduras, são 189 mil infectados e 4.599 mortos pela doença.

Apesar das restrições, a Casa do Imigrante da Cidade de Guatemala assegurou que se prepara para receber o grupo.

O governo do México fechou sua fronteira com a Guatemala no dia 19 de março e vai manter assim até 21 de abril, além disso aumentou a presença de tropas na região, justificando a alta taxa de contágios da covid-19.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, anunciou a medida um dia depois de anunciar um novo acordo com os Estados Unidos para adquirir 2,5 milhões de doses da vacina da farmacêutica Astrazeneca. 

Leia também: Entenda por que apenas 10 países dominam a vacinação contra a covid-19

A Rede Jesuíta de Imigrantes Centro-americanos incitou a Casa Branca a apoiar as organizações humanitárias para criar "sociedades mais inclusivas" na América Central.


Mais de metade do grupo imigrante são mulheres, crianças e adolescentes. / Claudia Mendoza

Crise migratória

Aproximadamente 20% do PIB hondurenho é sustentado pelas remessas do exterior, e 91% são de cidadãos residentes nos Estados Unidos. Em 2020, as transações representaram um montante de US$ 3,2 bilhões — 2,8% a menos que no ano anterior.

Cidadãos do Triângulo Norte Centro-Americano (Guatemala, Honduras e El Salvador) representaram 71% dos detidos na fronteira estadunidense.

Edição: Rebeca Cavalcante