A segunda caravana migrante do ano saiu na última terça-feira (30) da cidade de San Pedro Sula, norte de Honduras, rumo aos Estados Unidos. Cerca de 400 hondurenhos abandonaram o país, mas parte do grupo se dispersou ao chegar à cidade de Corinto, na fronteira com a Guatemala.
O governo guatemalteco havia decretado estado de prevenção por 15 dias ao saber da convocatória da caravana. A medida proíbe qualquer tipo de reunião ou aglomeração durante a pandemia, autorizando as forças de segurança a dispersar qualquer tipo de manifestação em espaços públicos.
Ante la posible llegada de migrantes salvadoreños, hondureños y nicaragüenses que incumplirían los requisitos legales exigidos por @MigracionGuate y las medidas sanitarias solicitadas por @MinSaludGuate, el Gobierno de Guatemala declara estado de prevención cinco departamentos. pic.twitter.com/MUXtoU3cUG
— Gobierno Guatemala (@GuatemalaGob) March 29, 2021
Em janeiro deste ano, um grupo com cerca de nove mil imigrantes foi reprimido na Guatemala, tentando viajar ao território estadunidense. Depois de sofrer repressão policial e militar, uma parte retornou ao seu país de origem e outra foi detida pelo serviço de imigração guatemalteco.
Os imigrantes fogem da violência, desemprego e miséria. Em Honduras, 60% da população vive em condição de pobreza, enquanto a taxa de desemprego chega a 5,2%, de acordo com o Banco Mundial.
Covid-19
A Guatemala registra 194 mil casos e 6.823 falecidos pela covid-19. Já em Honduras, são 189 mil infectados e 4.599 mortos pela doença.
Apesar das restrições, a Casa do Imigrante da Cidade de Guatemala assegurou que se prepara para receber o grupo.
O governo do México fechou sua fronteira com a Guatemala no dia 19 de março e vai manter assim até 21 de abril, além disso aumentou a presença de tropas na região, justificando a alta taxa de contágios da covid-19.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, anunciou a medida um dia depois de anunciar um novo acordo com os Estados Unidos para adquirir 2,5 milhões de doses da vacina da farmacêutica Astrazeneca.
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A Rede Jesuíta de Imigrantes Centro-americanos incitou a Casa Branca a apoiar as organizações humanitárias para criar "sociedades mais inclusivas" na América Central.
Crise migratória
Aproximadamente 20% do PIB hondurenho é sustentado pelas remessas do exterior, e 91% são de cidadãos residentes nos Estados Unidos. Em 2020, as transações representaram um montante de US$ 3,2 bilhões — 2,8% a menos que no ano anterior.
Cidadãos do Triângulo Norte Centro-Americano (Guatemala, Honduras e El Salvador) representaram 71% dos detidos na fronteira estadunidense.
Edição: Rebeca Cavalcante