O ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil Ernesto Araújo foi realocado nesta quarta-feira (31/03) para a Secretaria de Gestão Administrativa do Itamaraty, setor responsável pela parte burocrática da pasta.
A confirmação consta de uma portaria assinada pelo ainda secretário-geral do Ministério, Otávio Brandelli, que deve ser substituído por Fernando Simas Magalhães, representante do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA).
De acordo com a Revista Fórum, a Secretaria de Gestão Administrativa é utilizada muitas vezes para remanejar aqueles que estão sem destino certo, mas que precisam estar lotados em algum lugar dentro do Ministério.
No setor, Araújo deve exercer função de analisar o orçamento dos diplomatas. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, ex-chanceler pode permanecer no setor até que o presidente Jair Bolsonaro decida o destino de Araújo, se continua no Brasil ou acabe sendo enviado para alguma missão fora do país.
Demissão
Ernesto Araújo pediu demissão do cargo no Ministério das Relações Exteriores na segunda-feira (29/03) após o ministro ser questionado no Senado por sua má atuação durante a pandemia do novo coronavírus, por suas gestões fracassadas para conseguir vacinas e por suas hostilidades contra o governo e o corpo diplomático da China.
A pressão sobre o agora ex-chanceler aumentou após os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e Rodrigo Pacheco, do Senado, criticarem as declarações dadas por Araújo sobre a senadora Kátia Abreu.
Araújo coleciona uma série de polêmicas à frente do Itamaraty desde o início do governo Bolsonaro, em problemas que se agravaram durante a pandemia da covid-19.
Defensor de teorias da conspiração e de práticas ultradireitistas, o ex-ministro chegou a publicar um texto em que classificava o coronavírus como "comunavírus", hostilizando a China, e atacou por diversas vezes o maior parceiro econômico do país. Araújo também ganhou destaque quando afirmou que o nazismo era "de esquerda".
Além disso, idolatrava o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e chegou a fazer campanha para o republicano. Quando Joe Biden foi eleito, o Brasil foi um dos últimos países do mundo a parabenizar o democrata.
(*) Com Ansa.