Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania analisou as despesas governamentais de sete instituições que estão na linha de frente da aplicação da Lei de Drogas, de 2006: Polícia Militar, Polícia Civil, Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunal de Justiça, Sistema Penitenciário e Sistema Socioeducativo.
Os estados do Rio de Janeiro e São Paulo foram escolhidos como objeto da pesquisa por exercerem grande influência nas políticas de segurança pública e apresentarem altas taxas de violência resultante da repressão armada, principalmente, em territórios marginalizados, contra pessoas pobres e negras, como modelo ineficaz da guerra às drogas.
É o que ressalta Renata Neder, pesquisadora e coordenadora do projeto “Drogas - quanto custa proibir”, responsável pelo estudo.
"Existem inúmeros estudos em diversos países mostrando que esse modelo proibicionista de guerra às drogas não funciona, além de ter muitos impactos negativos. Primeiro porque é um modelo que alimenta o tráfico e a criminalidade organizada, aumenta a corrupção de agentes do estado. Esse modelo baseado na guerra em que a polícia vai para as favelas e para as periferias, com grandes operações militarizadas, gerando horas de tiroteios não tem nenhum efeito sobre a redução da criminalidade local, sobre a redução da comercialização de drogas ilícitas. Mas, além disso, a proibição e a criminalização das drogas tem um impacto na saúde, porque as pessoas que são usuárias, que são dependentes e que precisariam buscar ajuda na saúde acabam não buscando nãio tendo o acesso a saúde garantido porque são estigmatizadas", explica.
*Com informações de Julia Pereira
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Edição: Daniel Lamir