Os professores da rede pública de ensino do estado de São Paulo estão em greve há mais de 50 dias por condições de trabalho justas neste momento de pandemia.
A categoria reivindica que o trabalho continue sendo realizado de forma remota e que sejam feitos testes em massa de professores e demais profissionais da educação.
Além de perderem muitos colegas e parentes por covid-19, os professores estão exaustos física e mentalmente.
Na tarde da segunda-feira (5), a prefeitura da capital convocou os trabalhadores para testagem nos Centros Educacionais Unificados (CEUs). Houve desorganização e aglomerações.
A professora do CEU Butantã, Sabrina Teixeira, e representante do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Sinpeem), explica que o teste disponibilizado pela prefeitura "só aponta se a pessoa teve contato com o vírus e não se está de fato contagiada".
Toda a insegurança causada pela pandemia, com perdas de amigos e familiares por coronavírus acarreta também problemas psicológicos, como depressão e síndrome do pânico.
Leandro Alves Oliveira, secretário geral do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), avalia que se antes já era grande o número de profissionais com exaustão mental, a pandemia agravou a situação.
Carlos Eduardo, professor de educação física do ensino fundamental e médio, comenta que embora muitas pessoas achem que os professores ficaram sem trabalhar durante a pandemia, a realidade é outra. Além de trabalhar muito mais, misturando as atividades domésticas e profissionais, as crises de estresse e depressão aumentaram.
A professora Sabrina Teixeira denuncia que o secretário de Educação cortou os salários dos profissionais que estão em greve, tornando a situação ainda mais crítica.
*Com informações de Larissa Bohrer.
Confira a reportagem e o jornal completo no áudio acima.
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Edição: Mauro Ramos