O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou, nesta quarta-feira (7), o programa Bolsa do Povo, que contratará 20 mil pais e mães de alunos, em situação de vulnerabilidade social, para trabalharem nas escolas públicas paulistas por R$ 500. O expediente será de 4 horas diárias.
Na última terça-feira (6), São Paulo bateu o recorde de mortes por coronavírus. Ao todo, foram registradas em todo o estado 1.389 mortes em decorrência da doença.
Para a deputada estadual Professora Bebel (PT), a medida serve para Doria manter sua rivalidade com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que anunciou o pagamento do auxílio emergencial de 2021: “Parece uma ação de marketing".
"Ele pressiona com R$ 500, dando a entender que é maior que R$ 150, e de fato é, mas que condição ele impõe para isso, não é mesmo? Eu não vejo com seriedade. Se ele quer dar uma renda básica para isolar as pessoas, então mantenha as pessoas em casa. Vejo com muita preocupação”, criticou Bebel.
Integrante do Moimento Famílias pela Vida, a jornalista Luka Franca afirma que o governador está “arriscando a vida das famílias pobres de São Paulo" e ressalta que a gestão estadual deve garantir a saúde das famílias, alimentação digna e internet para o ensino remoto
“Ele (Doria) apresenta esse benefício como uma das formas de se garantir o retorno escolar, em meio a 4 mil mortes diárias no país. Simplesmente coloca todos nós de volta nas escolas, no auge da pandemia, sem pensar a situação epidemiológica dos territórios e nas tensões envolvidas nessa questão.”
de alta capacidade de transmissão do vírus, por isso devem ser proibidos nos próximos dias".
Para Bebel, há também a preocupação com a condição de trabalho desses pais e mães. “Esse projeto coopera com a precarização que vem sendo implantada nas escolas públicas com a terceirização dos funcionários de escola, que há muito tempo está sem concurso. A educação é encarada assim por esse governo, você pode dar qualquer coisa e fazer de qualquer maneira.”
Os 20 mil paulistas que irão às escolas trabalhar, devem enfrentar uma onda ainda maior de contaminação no estado. De acordo com Edson Aparecido, secretário de Saúde do município de São Paulo, abril será o “pior mês da pandemia em São Paulo”.
“É importante que as pessoas permaneçam em casa para ajudar a controlar essa situação", alertou ao defender a proibição de cultos presenciais em igrejas. "Não é o caso de voltar a permitir cultos religiosos, pois é mais um ambiente
Edição: Leandro Melito