Segundo estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, divulgada na segunda-feira (5), 116 milhões de pessoas estão vivendo em situação de insegurança alimentar no Brasil. Esse número representa mais da metade da população brasileira.
No ano passado com a pandemia, 19,1 milhões (9% da população) de brasileiros ficaram em extrema situação de vulnerabilidade, passando fome. Esse número tão alto foi visto há 17 anos, quando a taxa estava em 9,5%.
Para a economista Marilane Teixeira, "o desemprego causado pela pandemia e a inflação que aumentou o preço dos alimentos básicos contribuíram para esse cenário".
O Brasil que passa fome é o mesmo que fez 11 novos bilionários durante a pandemia. 1 bilhão é igual a mil milhões, ou o número 1 seguido de nove zeros.
A ampla maioria dos novos bilionários na lista da revista Forbes atua no setor financeiro. Para o economista e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, William Nozaki, o endividamento dos brasileiros durante a pandemia por conta da perda de empregos gerando juros e taxas altas, além de novos empréstimos, podem explicar a existência dos novos bilionários no Brasil.
Para Teixeira, o governo federal é responsável por este aumento da vulnerabilidade das famílias, uma vez que faltaram políticas de combate à pandemia.
Maria das Graças Xavier, da Coordenação da União Nacional Por Moradia Popular e conselheira do Direito à Cidade Nacional do Direito Humano explica que a solidariedade "mesmo servindo de muleta neste momento não é o suficiente". E sem o amparo do governo a situação está cada vez pior.
*Com informações de Larissa Bohrer.
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Edição: Mauro Ramos