Trabalhadores

Jornal Brasil Atual Edição da Tarde | 9 de abril de 2021

Apesar de situação de alto risco, João Doria e Bruno Covas determinam volta às aulas na próxima semana

Ouça o áudio:

Caminhada pela vida contra as aulas presenciais - 26 de fevereiro de 2021 - Apeoesp

Ignorando as recomendações da ciência, o governador de São Paulo, João Doria, e o prefeito da capital paulista, Bruno Covas, ambos do PSDB, determinaram a volta às aulas presenciais a partir da próxima semana, mesmo com todo o estado na fase vermelha da quarentena contra a covid-19. No entanto, o protocolo do Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, por exemplo, considera que a volta às aulas presenciais representa alto risco de transmissão e surtos quando o número de novos casos diários for maior que 100 por 100 mil habitantes. Em São Paulo esse número hoje é de 505 casos por 100 mil habitantes.

O estado de São Paulo vai avançar para a fase vermelha da quarentena a partir da próxima segunda-feira (12), após quatro semanas na fase emergencial. A nova fase não traz flexibilizações significativas, com funcionamento apenas de serviços essenciais. Além disso, algumas estratégias da fase mais restrita serão incorporadas na nova fase, como o toque de recolher entre 20h e 5h, a suspensão de cultos religiosos e o home office para atividades administrativas. Houve uma redução nas novas internações, porém 11 regiões do estado ainda estão com mais de 90% dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).

A fase vermelha em São Paulo vai valer, inicialmente, até dia 18 de abril, mas a expectativa é que ela fique em vigor até o final do mês, como explicou o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, Paulo Menezes. “Avaliamos que essa queda nos índices vai seguir nas próximas semanas. Acredito que na virada de abril para maio, terá condições de avançar algumas regiões, cujos índices estiverem melhores, para a fase laranja”, disse.

Na primeira tentativa de volta às aulas, em 5 de fevereiro, São Paulo estava na fase amarela e registrava 343 novos casos diários por 100 mil habitantes. As escolas podiam receber até 35% dos estudantes por turno, mas receberam apenas 600 mil dos 3,3 milhões de alunos que poderiam retomar as atividades. Mesmo assim, o governo Doria registrou 4.084 casos confirmados e 24.345 casos suspeitos de covid-19 nas escolas, com a morte de 21 pessoas. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) contesta o número e diz que foram 67 mortes.

O governo de São Paulo também manteve a recomendação de escalonamento de horários de entrada e saída para trabalhadores da indústria, serviços e comércio durante a fase vermelha. Os horários indicados são das 5h às 7h para entrada e das 14h às 16h para saída de profissionais da indústria; entrada das 7h às 9h e saída das 16h às 18h para os de serviços; e entrada das 9h às 11h e saída das 18h às 20h para os do comércio. No entanto, no início da fase vermelha anterior, a RBA mostrou que a proposta foi ignorada e os ônibus seguiram lotados.

O Campeonato Paulista de futebol também será autorizado a retomar as atividades. As aulas também serão retomadas, mas com a frequência presencial opcional aos estudantes. As atividades vão ter início no dia 14 de abril e manterão os limites de 35% dos estudantes por escola. Segundo o secretário de Estado da Educação, Rossieli Soares, as atividades remotas também retornam no dia 14. Estudantes com defasagem de aprendizagem, que necessitem da merenda escolar ou que os pais trabalhem em serviços essenciais terão prioridade em uma eventual volta.

Confira o jornal completo no áudio acima. 


------ 
O Jornal Brasil Atual Edição da Tarde é uma produção conjunta das rádios Brasil de Fato e Brasil Atual. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 17h às 18h30, na frequência da Rádio Brasil Atual na Grande São Paulo (98.9 MHz) e pela Rádio Brasil de Fato (online). Também é possível ouvir pelos aplicativos das emissoras: Brasil de Fato e Rádio Brasil Atual.

Edição: Mauro Ramos