Cerca de 25 milhões de peruanos foram às urnas neste domingo (11) para uma das eleições mais imprevisíveis da história. Às 19h, hora local (21h, de Brasília), foi divulgada a primeira pesquisa de boca de urna, do instituto Ipsos, confirmando o equilíbrio entre os principais candidatos.
Em primeiro lugar, está o professor Pedro Castillo, do partido de esquerda Peru Livre, com 16,1% dos votos. Em segundo no chamado "flash eleitoral", aparecem Hernando de Soto (Avança País) e Keiko Fujimori (Força Popular), de direita, com 11,9%. Em seguida, estão Yonhy Lescano (Ação Popular), de centro, com 11%, seguido por Rafael López Aliaga (Renovação Popular), de extrema direita, com 10,5%, e Verónika Mendoza, de esquerda, com 8,8%.
Foram ouvidos 30 mil eleitores de todo o país. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Keiko Fujimori, que divide o segundo lugar, é filha do ex-ditador Alberto Fujimori, que governou o país entre 1990 e 2000.
Os primeiros resultados da apuração oficial devem sair a partir da meia-noite (horário de Brasília).
O dia de votação
A Polícia Nacional do Peru informou que a jornada eleitoral ocorreu sem contratempos.
#PerúDecide2021 🇵🇪As eleições gerais convocaram mais de 25 milhões de peruanos às urnas em diferentes lugares para eleger um novo presidente da República, Congresso e Parlamento Andino do país. #SuperDomingo #Eleições2021 https://t.co/yv9PPTEJmE
— Brasil de Fato (em 🏠) (@brasildefato) April 11, 2021
Um dos poucos imprevistos aconteceu na zona leste da capital, Lima. A alta quantidade de urnas fechadas pelo não comparecimento de mesários provocou uma situação inusitada: autoridades do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) pediram que jovens, vizinhos aos locais de votação, se apresentassem voluntariamente para garantir a continuidade do processo.
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Ocorreram atrasos na instalação das seções eleitorais em quatro distritos da capital: San Isidro, Miraflores, San Borja e Surco. Até as 12h, menos de 50% das mesas estavam operando. À tarde, a situação foi normalizada.
Em meio a uma crise política, econômica e sanitária, o Peru tem nas eleições de 2021 a possibilidade de recuperar sua estabilidade após sucessivas trocas na cadeira presidencial. O aprofundamento do neoliberalismo e os impactos da operação Lava Jato, que desestabilizaram os últimos governos, desaqueceram a economia e reforçaram a perda de credibilidade da classe política.
A apatia ou indiferença dos cidadãos deve se refletir nas urnas, com altos índices de votos nulos e brancos, segundo analistas locais.
Edição: Daniel Giovanaz