A alta quantidade de urnas fechadas pelo não comparecimento de mesários nas eleições gerais em Lima, capital do Peru, provocou uma situação inusitada: autoridades do Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) pediram que jovens, vizinhos aos locais de votação, se apresentem voluntariamente para garantir a continuidade do processo.
Ocorreram atrasos na instalação das seções eleitorais em quatro distritos da capital: San Isidro, Miraflores, San Borja e Surco. Até as 12h, menos de 50% das mesas estavam operando.
A situação mais preocupante é em San Isidro, onde o número de mesas em funcionamento estava em torno de 20%.
“Aos jovens vizinhos, convido-os a participar. Hoje é a sua prova de fogo. Pensem em seus avós, seus vizinhos. São gente da nossa comunidade”, disse Piero Corvetto, chefe do órgão eleitoral.
A representação da Organização das Nações Unidas no Peru reiterou o pedido das autoridades eleitorais. "Asseguremos o êxito do processo democrático", publicou ONU Peru.
Desde el Sistema de Naciones Unidas invocamos a la ciudadanía, especialmente a los y las jóvenes, para que asuman de manera voluntaria el rol de miembros de mesa en sus lugares de votación. Aseguremos el éxito del proceso democrático en estas elecciones. pic.twitter.com/lH7uWRmCGM
— Naciones Unidas Perú (@ONUPeru) April 11, 2021
A pandemia de covid-19 pode ser um dos motivos da ausência dos mesários. A última semana foi a mais letal: o país já registrou 54,6 mil mortes em decorrência do novo coronavírus, mantendo a maior taxa de letalidade da região – 1.656 falecidos a cada 1 milhão de habitantes.
O ONPE recomendou que os idosos e pessoas que integram grupos de risco fossem votar no início da manhã, entre 7h e 9h. As urnas ficam abertas até as 19 horas, horário local (21h, de Brasília).
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As eleições definirão presidente, vice-presidente, 130 membros do Congresso e cinco representantes do Parlamento Andino.
As últimas pesquisas de intenção de votos mostram cinco postulantes à Presidência empatados tecnicamente em primeiro lugar. A candidata de esquerda mais cotada é Verónika Mendoza, da coligação Juntos pelo Peru.
* Colaborou Michele de Mello.
Edição: Daniel Giovanaz