Conversas confidenciais mantidas há mais de um mês entre o governo estadunidense de Joe Biden e a administração de Jair Bolsonaro sobre os biomas brasileiros, em particular a Amazônia, levou um grupo de 199 organizações a publicar uma carta ao governo americano.
As entidades alertam para o risco que um acordo de cooperação entre os países trará para o meio ambiente, os direitos humanos e a democracia.
Durante sua campanha eleitoral, Joe Biden prometeu lidar com a pandemia e com as mudanças climáticas dentro e fora do país. O presidente americano afirmou que ajudaria a combater o desmatamento na Amazônia e que aplicaria sanções ao Brasil, caso o país não parasse de desmatar.
Biko Rodrigues, articulador nacional da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), entidade que também assina a carta, avalia que os retrocessos gerados pelo governo Bolsonaro são inúmeros e não se pode aceitar mais degradação do meio ambiente. Segundo Rodrigues, as comunidades mais afastadas como as indígenas e quilombolas são as que sofrem mais com a política de retrocessos do atual governo.
As entidades estão preocupadas com as negociações pois, na próxima semana, entre os dias 22 e 23 de abril, um acordo entre os dois países deverá ser anunciado na cúpula sobre o clima, convocada pelo próprio presidente dos Estados Unidos.
Para Márcio Astrini, do Observatório do Clima, o principal pedido da carta assinada pelas 199 organizações é não negociar sobre o meio ambiente sem a participação de atores da sociedade brasileira.
*Com informações de Larissa Bohrer.
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Edição: Mauro Ramos