Justiça

Defesa de Lula envia ao STF laudo que reforça “plano Lula” da Lava Jato

Perito confirma que mensagens trocadas entre Moro e Dallagnol são originais e que não sofreram alteração

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Durante sessão desta terça (9) na Segunda Turma do STF, ministra Cármen Lúcia considerou “gravíssimo” interceptação telefônica em escritório de defesa de Lula, autorizada por Moro - Lula Marques

Laudo feito pelo perito Cláudio Wagner, sob encomenda da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (14). No documento, os advogados do petista explicam que a Operação Lava Jato tinha um “plano Lula.”

“Na verdade é um detalhado roteiro de lawfare contra o ex-presidente Lula", aponta o laudo.

Segundo a defesa do ex-presidente, o "plano Lula" consistiu em ataques à defesa técnica do ex-presidente, cooptação de delatores para a construção de hipóteses acusatórias contra Lula; processos de gaveta; ocultação de provas de inocência e investigações clandestinas, "especialmente contra ministros de Cortes Superiores, visando aplicar a técnica de ‘emparedamento’; dentre outras coisas”. 

:: Acompanhe o julgamento do STF sobre a validade das sentenças da Lava Jato contra Lula ::

A perícia conduzida por Wagner comprova que os diálogos mantidos entre os procuradores da equipe da Operação Lava Jato e as conversas do chefe da diligência, o promotor Deltan Dallagnol, com o ex-juiz Sergio Moro, ocorreram antes que os celulares fossem hackeados por Walter Delgatti Neto.

Dessa forma, o laudo afasta a possibilidade de que as mensagens pudessem ter sido forjadas.

Para concluir o documento, a equipe técnica analisou os metadados, onde é possível localizar a origem das mensagens, a data em que ocorreram e se houve alteração no conteúdo.

De acordo com a defesa, esse método auxilia na “descrição, identificação, gerenciamento, localização, compreensão e preservação de documentos digitais, o que apenas sufraga, em tudo e no todo, a integridade do material analisado, tal como já foi afirmado pela Polícia Federal.”

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“Portanto, entendemos que a apuração dos metadados dos arquivos contidos no material recebido e/ou coletado junto à Polícia Federal, permite a identificação do autor, da existência de modificações e respectivas datas nos documentos, conforme exemplos trazidos no presente relatório”, explica o perito.

Como exemplo, Walter destaca uma mensagem enviada por Deltan Dallagnol no dia 25 de fevereiro de 2017. O destinatário é o procurador Luiz Carlos Freitas. A análise do metadado confirmou que o arquivo foi criado no mesmo dia e que a única alteração foi feita pelo próprio chefe da Lava Jato, no mesmo dia.

Edição: Leandro Melito