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Radinho BdF: Crianças sem terrinha falam sobre as lutas do Abril Vermelho por moradia

Plantio de árvores, doações de alimentos, desenhos e poesias são algumas das ações delas na jornada

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Sem terrinhas falam sobre o dia a dia nos assentamentos e como participam de lutas como o Abril Vermelho. - Foto: Juliana Adriano/MST

O mês de abril é marcado por uma série de lutas sociais pela reforma agrária e o direito à moradia digna. As crianças também estão presentes e inseridas nessa jornada, principalmente os sem terrinhas, filhos e filhas de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, que desde muito pequenos participam, junto às famílias, de ocupações, acampando embaixo da lona preta, ou de outras atividades como o plantio de árvores, doação de alimentos e outras atividades.

Nessa edição do Radinho, são crianças sem terrinha de várias regiões que explicam o que é o histórico Abril Vermelho, jornada de lutas que marca simbolicamente o Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996 no Pará, e que deixou 21 trabalhadores rurais mortos e muitos outros feridos.

"O Abril Vermelho é quando pessoas morreram lutando por reforma agrária popular e os sem terrinhas participam mandando fotos, fazendo desenhos, cuidando dos animais", diz Pablo Rodrigues, de sete anos, que mora em um assentamento no Paraná.

Já a assentada Sofia Silva dos Santos, de 10 anos, que mora em Caruaru (PE) encontrou na poesia uma maneira de participar esse anos, onde as atividades do MST serão virtuais, devido ao agravamento da pandemia do coronavírus. "Esse ano será por educação, vacina já e fora Bolsonaro", completa Sofia.

"Lutar, construir Reforma Agrária Popular"

"Ser sem terra é produzir a comida, plantar árvores, cuidar de animais. Também ajudando as pessoas, doando comida. Eu já fui com a minha mãe na cidade doar alface", explica Helena Calza dos Anjos, de 8 anos, que mora em um assentamento no Paraná.

Para as crianças, a luta está presente no dia a dia e se misturam com universo lúdico infantil. E é nas  cirandas, espaços organizados para receber os sem terrinhas, que os temas da realidade que os atingem se misturam com as brincadeiras, propostas por educadores e educadoras do movimento. A psicopedagoga Catia Gould, que contribui na ciranda do Acampamento Marielle Vive, em Valinhos (SP), trouxe um pouco desse momento de diversão para o Radinho BdF e propõe duas brincadeiras para todos fazerem em casa. 

Já a história traz uma questão: se uma terra foi abandonada pelo dono e um trabalhador rural cuidou dela até torna-la produtiva, quem tem o direito de ficar com ela? O professor de teatro Victor Cantagesso, do grupo Contadores do Sótão nos ajudou e entender esse conflito. 


Toda quarta-feira, uma nova edição do programa estará disponível nas plataformas digitais. / Brasil de Fato / Campanha Radinho BdF

Sintonize

O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 9h às 9h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.

Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o Radinho BdF de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da lista de distribuição, entre em contato pelo e-mail: [email protected].

Edição: Camila Salmazio