POLÍTICA

Bolsonaro diz que, se perder para Lula em 2022, só aceitará se "voto for auditável"

Presidente faz afirmação após STF confirmar nulidade de ações da Lava Jato contra o petista, que poderá concorrer em 22

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Jair Bolsonaro põe em dúvida a lisura do processo eleitoral brasileiro desde que assumiu a presidência - Evaristo Sa/AFP

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou sua live semanal nesta quinta-feira (15) para falar de possíveis cenários eleitorais para 2022 e, em espécie de antecipação da disputa, admitir que reconhecerá uma eventual derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas apenas se o pleito se der com a utilização de urnas que permitam o "voto auditável".

"Se o Lula voltar pelo voto direto, pelo voto auditável, tudo bem. Agora, veja qual vai ser o futuro do Brasil com o tipo de gente que ele vai trazer para dentro da Presidência", disse o presidente.

::8 x 3: STF anula condenações da Lava Jato contra Lula, que pode ser candidato em 2022::

Ao que tudo indica, Bolsonaro se refere a uma eleição que seja feita utilizando cédulas de papel, e não com urnas eletrônicas, já que esta é uma bandeira antiga do ex-capitão do Exército, que afirma acreditar que a eleição de 2018 foi fraudada, ou teria vencido o pleito já no primeiro turno.

As declarações de Bolsonaro se dão no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal confirmou a anulação dos processos conduzidos pelo ex-juiz Sergio Moro contra Lula na 13ª Vara Federal de Curitiba, garantindo, assim, a manutenção dos direitos políticos do ex-presidente.

Na última quarta-feira (14), pesquisa publicada pelo instituto PoderData mostra que Lula, caso a eleição fosse hoje, venceria Bolsonaro por uma diferença de 18 pontos percentuais em um eventual segundo turno.

::Lula venceria Bolsonaro com diferença de 18 pontos no 2º turno em 2022, diz PoderData::

Após ditar suas condições para aceitar uma eventual derrota para o petista, o presidente advertiu o seu público: "Se o Lula for eleito, em março de 2023, ele vai escolher mais dois ministros para o Supremo Tribunal Federal". E concluiu: "Querem criticar meu governo, fiquem à vontade, mas puxem um pouquinho pela memória para ver como era no passado".

 

Edição: Vinícius Segalla