Milhares de entregadores de aplicativos fizeram uma mobilização nesta sexta-feira (16) pelas principais ruas e avenidas de São Paulo (SP). O protesto de motoboys foi contra a exploração imposta por empresas como iFood, Loggi e Rappi. Conduzindo suas motos, eles se manifestaram contra a baixa remuneração e a falta de condições dignas de trabalho. A categoria também reivindica prioridade no Plano Nacional de Imunização (PNI), que determina a ordem de vacinação contra a covid-19.
De acordo com os organizadores, os entregadores ganham geralmente R$ 0,85 por quilômetro rodado. Eles explicam que começam o dia colocando R$ 30 de combustível e, por vezes, não conseguem nem receber R$ 15 pelas entregas feitas. Acrescentam que todo o custo com alimentação e manutenção com as motos e os celulares fica por conta do trabalhador. Segundo os trabalhadores, os rendimentos mensais raramente ultrapassam os R$ 3 mil. De acordo com estudo do Dieese, a remuneração média da categoria é de R$ 1.325.
Como estão na rua e fazendo contato constantemente com diversas pessoas, o protesto de motoboys cobrou fornecimento de equipamentos de segurança mínima, como álcool gel e máscaras para proteção contra a covid-19. Além disso, por entenderem realizar uma atividade essencial, exigem prioridade na política de imunização contra a doença. Ainda no quesito segurança, reclamam das regras que punem por atraso nas entregas, o que força os motociclistas a correr pelas ruas e avenidas da cidade. Se não entregarem no horário definido, além de não ganharem, ficam uma hora parados.
Franca ascensão
A dependência de brasileiros de fontes de renda ligadas a aplicativos de entrega está em franca ascensão, de acordo com levantamento do Instituto Locomotiva divulgado pela revista IstoÉ Dinheiro. Um contingente de 32,4 milhões de pessoas, correspondente a 20% da população ativa, depende do dinheiro proveniente de aplicativos de entrega e outros serviços realizados via aplicativos. Em fevereiro do ano passado, o índice era de 13%.