O candidato Pedro Castillo, do partido de esquerda Peru Livre, é o favorito para ocupar a presidência do Peru, segundo pesquisa da empresa Ipsos. O professor possui 42% das intenções de voto, enquanto sua oponente, Keiko Fujimori, do partido de extrema-direita Força Popular, acumula 31% das intenções de voto.
Por outro lado, cerca de 16% do eleitorado ainda não sabe em quem votar.
Assim como no primeiro turno, Castillo -- natural de Cajamarca, zona rural peruana -- é favorito no interior do país, enquanto Fujimori concentra sua preferência na capital Lima e região metropolitana.
A filha do ex-ditador Alberto Fujimori também acumula maior rechaço popular: 55% dos entrevistados assegurou que jamais votaria em Keiko. Enquanto 33% definitivamente não votaria por Castillo.
Os dois candidatos venceram o primeiro turno somando pouco mais de 1/3 da votação, em uma disputa entre 18 chapas à presidência. Castillo, que era o último colocado nas pesquisas de opinião prévias, fez 19% dos votos, e Keiko passou ao segundo turno, que será realizado no dia 6 de junho, com 13% dos votos.
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O candidato de Peru Live tem como principal proposta a reforma constitucional - uma reivindicação que motivou protestos em novembro de 2020 no país. "Respeitaremos a Constituição até que o povo decida através de um referendo", declarou.
Já Keiko se apoia no legado do pai para vencer, defendendo a manutenção da estrutura do Estado como está. A atual Constituição foi promulgada em 1993, durante o regime fujimorista.
No dia 11 de abril, o Peru também elegeu 130 deputados e cinco representantes ao Parlamento Andino (composto por legisladores do Peru, Bolívia, Chile, Equador e Colômbia). O Congresso peruano estará fragmentado em dez bancadas: Peru Livre obteve a maioria com 37 deputados e Força Popular ficou em segundo, com 24 cadeiras.
Apesar da fragmentação, este será o parlamento peruano com maior presença feminina, foram eleitas 50 deputadas, quase o dobro se comparado com a última legislatura.
Todo o processo eleitoral acontece enquanto o país atravessa uma grave crise sanitária pela pandemia de covid-19. Com a maior taxa de letalidade da região, no último domingo (18), o Peru bateu um novo recorde com 433 mortos em apenas 24h.
Até o momento, o país acumula 1,7 milhão de infectados e 57.230 falecidos pelo novo coronavírus, segundo dados do Ministério da Saúde.
Para tentar frear os contágios, o presidente Franciso Sagasti decretou toque de recolher em 41 regiões do país, incluindo Lima, a partir das 21h até às 4h. Também a partir desta segunda-feira será obrigatório o uso de protetor facial, além de máscaras, para entrar em supermercados e comércio em geral.
As academias voltaram a ser fechadas, e os restaurantes só podem abrir com 20% da sua lotação.
Edição: Vinícius Segalla