A violência policial em favelas do Rio de Janeiro foi tema de reportagem publicada pelo The Guardian no último domingo (18). De acordo com o veículo britânico, cerca de 800 pessoas foram mortas nos últimos nove meses durante ações policiais, apesar da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu operações na pandemia.
Os dados presentados pelo relatório do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF), mostram que, entre junho de 2020 e março de 2021, 797 pessoas foram mortas no estado – 85% na cidade do Rio e o restante na região metropolitana.
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Apesar das operações apresentarem queda de 64% entre junho e setembro de 2020, em comparação com a média do mesmo período nos anos anteriores, as incursões foram retomadas e apresentaram crescimento em outubro, um mês após o governador do estado em exercício, Cláudio Castro, tomar posse.
Segundo detalha a reportagem, desde então, as favelas do Rio de Janeiro são alvo de uma operação policial por dia, em média.
O STF iniciou uma audiência pública na última sexta-feira (16) para debater ações objetivas contra a letalidade policial no Rio com a participação de representantes da sociedade civil. A audiência convocada pelo ministro Edson Fachin será retomada nesta segunda (19).
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Insegurança alimentar
O agravamento da fome nos lares brasileiros durante a pandemia foram retratados pela BBC neste domingo (18). A matéria, assinada pelo repórter Mark Lowen, narra a espera de centenas de moradores da favela de Heliópolis, a maior comunidade de São Paulo, por doação de alimentos.
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O texto também cita o colapso hospitalar e o alto número de óbitos registrados pelo Brasil, assim como a brusca redução no valor do auxílio emergencial do governo.
A BBC cita ainda que Bolsonaro está ameaçado pela má atuação no controle da crise sanitária e que encontra-se ainda mais pressionado após a recente anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um forte adversário para 2022.
“Enquanto os hospitais se enchem, as filas pelas doações de alimentos crescem mais e este país despedaçado assiste impotente à escavação de sepulturas frescas”, crava a reportagem.
Edição: Poliana Dallabrida