O ex-presidente da Bolívia, Evo Moralesa Ayma, declarou seu apoio ao candidato à presidência do Peru, Pedro Castillo. Líder da greve dos professores peruanos, em 2017, Castillo propõe reformar a constituição do Peru como eixo central da sua campanha.
Morales afirma que o programa político do candidato de Peru Livre é similar às propostas do Movimento ao Socialismo – partido governante na Bolívia.
"Saudamos e expressamos nosso respeito e admiração a Pedro Castillo, que tem um programa similar ao nosso: revolução democrática, cultural e pacífica, promovendo uma assembleia constituinte, em benefício do povo, para que exista justiça social. Êxitos a Pedro Castillo, que propõe uma mudança para o Peru", publicou o dirigente político boliviano nesta quinta-feira (20).
Saludamos y expresamos respeto y admiración a Pedro Castillo de Perú que tiene un programa similar al nuestro: revolución democrática y cultural pacífica, defendiendo recursos naturales e impulsando una Asamblea Constituyente, en beneficio del pueblo para que haya justicia social pic.twitter.com/yJPSMWn5UJ
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) April 20, 2021
Evo defende que os movimentos indígenas latino-americanos são capazes de implementar mudanças históricas na sociedade, relembrando o legado do seu governo, que transformou a Bolívia em um Estado Plurinacional.
Castillo está 11 pontos percentuais à frente de sua opositora, Keiko Fujimori, do partido de extrema-direita Força Popular, para ocupar a presidência do Peru.
O segundo turno será realizado no dia 6 de junho. As outras 16 chapas que disputaram o processo eleitoral ainda não anunciaram suas alianças.
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A plataforma de esquerda, Juntos pelo Peru, que teve Verónuika Mendoza como candidata no primeiro turno, afirma estar aberta ao diálogo, mas que duas pautas estão fora de negociação para garantir a unidade: imposto às grandes fortunas e uma nova política sobre as questões de gênero.
Já Yohnny Lescano, do partido Ação Popular, quarto colocado no primeiro turno, com 9% da votação, declarou que não irá apoiar Fujimori, mas também não anunciou voto em Castillo.
Foram estabelecidas comissões de diálogo dentro do partido Peru Livre, embora o presidenciável tenha reiterado que não irá alterar seu plano de governo.
Por outro lado, a filha do ex-ditador Alberto Fujimori acumula 55% de rejeição popular, mas é a única alternativa para a direita peruana se manter no poder. Meios locais já noticiam colunas denunciando que "um comunista na presidência seria a perdição", buscando aumentar a rejeição a Castillo.
Edição: Poliana Dallabrida