A Pastoral Carcerária Nacional produziu um novo questionário neste ano para ter maior compreensão da situação dos presídios em meio à pandemia. O questionário foi lançado no dia 11 de março e foram recebidas 620 respostas em uma semana, de familiares de pessoas presas, agentes pastorais e servidores do sistema prisional. Em 2020, 1.213 pessoas responderam.
Entre os dados apresentados, foi exposto o pouco uso de equipamentos de proteção individual pelos agentes, além da baixa frequência nas visitas familiares.
Fábio Jabá, presidente do Sindicado dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (SIFUSPESP), afirma que o maior problema das penitenciárias no Estado desde o começo da pandemia é a falta de amparo do governo estadual aos trabalhadores do setor. Materiais de proteção individual ainda são um problema para eles que, além de possuir poucos, não são de boa qualidade.
O assunto é complexo. Luiz Piva, Policial Penal no Centro de Detenção Provisória 1 de Guarulhos e representante do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária de São Paulo (Sindasp), avalia que as medidas do governo municipal e estadual sempre foram no sentido de remediar, e não prevenir. Segundo Piva, o ato de proibir as visitações de familiares foi uma medida imposta pelos funcionários para tentar impedir que o vírus chegasse nas penitenciárias.
O presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul, Saulo Basso, aponta que lá a situação também é péssima. Além de trabalhar com equipe reduzida de funcionários, por conta de afastamentos e mortes, as cidades do Rio Grande do Sul também proibiram a visitação de familiares aos presídios, para tentar evitar o contágio.
Para Lucas Gonçalves, assessor jurídico da Pastoral Carcerária Nacional, os governos federal e estaduais nada fizeram para evitar que o vírus se alastrasse pelos sistemas carcerários do Brasil.
*Com informações de Larissa Bohrer.
Confira a reportagem e o jornal completos no áudio acima.
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Edição: Mauro Ramos