O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar os decretos publicados por governadores e prefeitos que garantem o isolamento social como forma de reduzir as contaminações e mortes pelo coronavírus.
O posicionamento negacionista e autoritário de Bolsonaro vem no mês mais letal da pandemia até o momento. Somente nesta semana epidemiológica foram registrados 408.124 novos casos.
:: Brasil tinha capacidade para enfrentar a pandemia, mas Bolsonaro atrapalhou ::
Ataques às medidas de isolamento
As declarações ocorreram durante visita à Manaus (AM), na sexta-feira, 23. Em entrevista ao apresentador Sikêra Jr, da TV A Crítica, Bolsonaro condenou as medidas restritivas e insinuou que pode recorrer ao Exército para combater o que ele classificou como “covardia de toque de recolher”.
“Se precisar, iremos pras ruas. Não para manter o povo dentro de casa. Mas para restabelecer todo o artigo 5° da Constituição. E se eu decretar isso, vai ser cumprido esse decreto”, afirmou o presidente.
Ele ainda classificou como excessiva a decisão do Supremo Tribunal Federal que autoriza governadores e prefeitos a decidirem com autonomia sobre as medidas de restrições dentro de seus territórios. Ele chegou ainda a culpar o isolamento social pelo aumento da fome.
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Situação crítica
Nas últimas 24h, de acordo com os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), foram registrados no Brasil 71.137 novos casos e 3.076 pessoas mortas.
O estado de São Paulo foi que registrou o maior número de casos e óbitos nas últimas 24h: 17.735 contaminados e 771 vítimas fatais da doença. No total, o estado é responsável por 2.739.329 casos confirmados.
Mesmo representando o epicentro do vírus no país, neste sábado (24) o governador João Dória (PSDB) iniciou o processo de reabertura econômica do estado. Cinemas e casas de show já podem retomar o funcionamento, com limitação de pessoas.
São Paulo é seguido por Minas Gerais e Rio Grande do Sul em casos e óbitos.
Os dados consolidados da semana, apesar de altos, já apresentam uma redução de casos em relação à semana anterior. Entre 11 e 17 de Abril, o país havia registrado 455.085 mil casos. Até o momento, o Brasil já registrou 14.309.215 casos e 389.492 óbitos por covid-19.
Edição: Pamela Oliveira